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Pandemias

Por quantas pandemias já passamos? Será que não estamos calejados? Por onde anda nossa memória coletiva?

Gripe espanhola, peste bubônica, varíola, Tifo, Cólera…As mais recentes: HIV, SARS, gripes aviária e suína, etc, essa lista é interminável. Na altura do século XXI, já somos grandinhos demais para entrar em desespero, somos calejados, experientes. Já vimos esse filme antes.

Uma pandemia é uma espécie de doença que vai se avassalando em escala mundial, mediante contágio e com muitas mortes. Recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou que o coronavírus (covid-19) é uma pandemia. A doença começou na China e já se espalhou por mais de cem países, com um alcance de mais de cem mil pessoas e mais de quatro mil mortes. Estima-se que o vírus poderá infectar até 70% da população mundial.

Obviamente que diante dessas previsões, há uma série de medidas de emergência sendo tomadas por todos os governos em todo o mundo, como quarentenas, isolamentos de áreas, uso de máscaras, cancelamento de eventos importantes, etc. Há uma alteração na rotina das pessoas e isso tende a gerar um pânico em escala planetária.

Entretanto, o índice de letalidade dessa pandemia é baixo, de apenas 2%. Além do mais, não somos marinheiros de primeira viagem. Há uma recorrência de pandemias na humanidade. O fenômeno pandêmico não é uma novidade, a doença em si é nova, já o fenômeno é muito antigo. Todas as pandemias já vividas pela humanidade foram muito mais letais do que a do novo coronavírus.

A gripe espanhola que se iniciou em 1917 tinha um índice de letalidade de 6% a 8%, infectou 27% da população brasileira, matando mais de 35 mil brasileiros e cerca de cem milhões de pessoas em todo o mundo. Inclusive tivemos um Presidente da República, o Rodrigues Alves infectado e morto por essa pandemia. Mas essa também não era uma novidade, a humanidade vivia nesse período a luta contra a varíola, outra pandemia com sintomas horríveis, os infectados desenvolvem verrugas cheias de pus, com desconfortos extremos. Teve um índice de mortalidade de 30%, com mais de 300 milhões de mortos em todo o planeta.

(A Gripe Espanhola)

Vamos poupá-los da descrição de tantas outras epidemias, como surto de Tifo, tuberculose, etc. A grande moral dessa história é que nesses momentos extremos, de avanço destas pandemias, em que a família humana se vê ameaçada, muitos aspectos até então inconscientes sobre nós, começam a ficar perceptíveis.

Fica notável que somos uma família de humanos, independente de etnias, orientações políticas, sexuais, classes sociais, etc. As pandemias nos dizem que somos uma espécie única. Presidentes, garis, homossexuais, negros, brancos, pobres, ricos, todos estão vulneráveis, todos são postos em quarentena, todos usam as mesmas máscaras, todos têm que ser vacinados quando se desenvolvem vacinas para combater o mal.

Começa a ficar muito claro que a humanidade é uma grande corrente, em que cada indivíduo é um elo, de modo que se um desses elos está vulnerável toda a corrente está vulnerável junto. Se um elo parte, a corrente inteira é afetada.

Outro aspecto que se torna perceptível é a importância de um Estado. Os Estados não existem por acaso, eles não foram inventados para que alguns se beneficiassem e outros não. Os Estados existem para assegurar a estabilidade de um grupo humano. É nessas horas que o Orçamento Público se torna tão precioso, os hospitais, os sistemas de saúde, os órgãos policiais, toda essa ordem instituída é fundamental para conter o avassalamento.

Fica ainda notável e indiscutível que as nações com maior desenvolvimento humano, com mais educação, com sistemas eficientes de saneamento, com um sistema de mobilidade urbana mais organizado são mais fortes, mais resistentes. Nos lugares onde o saneamento é precário, onde a saúde pública é deficiente, onde as aglomerações dentro de ônibus e trens são absurdas, as pandemias se avassalam mais rápido e fazem maior número de vítimas.

(Construção de Hospital com Urgência na China)

(Instalação de Leitos no Pacaembu, Campo de Futebol no Brasil)

Isso nos informa que a humanização nos fortalece. Somos fortes à medida que somos fiéis ao nosso papel no mundo, que é de ser humano. Existimos para isso! Esse é o grande sentido da nossa existência, sermos humanos. Não o somos por decorrência natural, somos humanos por esforço. Somos humanos quando nos educamos, quando desenvolvemos valores, quando aprendemos a gostar de trazer ao mundo a Beleza, a Justiça, a Harmonia, e quando cumprimos esse papel, nos tornamos fortes.

Arrisco dizer que as pandemias são mensagens para toda a humanidade, dizendo: vocês são uma única espécie! O papel de vocês no esquema da natureza é ser humanos! Que possamos escutar essa mensagem, e assim, cumprir com o nosso Dever.

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