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Matrix – Devemos temer as máquinas inteligentes ou os humanos mecanizados?

(Créditos: O Globo – Cultura)

Você lembra da trilogia Matrix? Após vinte anos da estreia do primeiro filme, foi anunciado que a sequência ganhará mais um filme com data prevista para seu lançamento em 2021. Os nomes de Keanu Reeves (Neo, “O Escolhido”) e Carrie-Anne Moss (Trinity, “A Trindade”) já foram oficializados.

Para os que não assistiram ou não lembram muito bem, afinal já se passaram duas décadas, a história conta como a humanidade perdeu a batalha para inteligência artificial. As máquinas, como forma de conseguirem energia para se abastecerem, criam humanos como vegetais numa fazenda. Cada indivíduo vive preso numa cápsula e sua mente fica conectada à uma realidade virtual, a Matrix, onde vivem uma simulação de vidas “comuns”, sem nem perceberem que na realidade seus corpos estão imóveis, e toda a ilusão acontece em suas mentes. Dentro do programa, ocasionalmente surgem anomalias, indivíduos que desconfiam que algo não está em conformidade no mundo, mesmo sem entender bem o motivo, o que é considerado uma falha na Matrix. Um desses indivíduos é um programador chamado Neo, que, não por acaso, significa “o escolhido”. Segundo uma profecia, Neo teria o poder de modificar a Matrix, mas esse poder só desperta depois que ele consegue entendê-la, saber como ela funciona. Obtendo essas respostas ele consegue dominá-la, tendo poder até sobre a vida e a morte dentro do programa. Ele torna-se imortal. Essas ideias parecem familiares? Lembra aquela frase: “Conhecimento é poder”? Então… Será que isso não diz muito sobre a nossa vida? É preciso entender o mundo em que vivemos e como nos posicionamos nele para não sermos manipulados. Compreender que realidade é essa que estamos inseridos, e diferenciar o que é Real do que é ilusão.

Neo (Créditos: Observatório do Cinema – Bol – Uol)

A batalha perdida para inteligência artificial, nos faz refletir como está nossa relação com os avanços tecnológicos. Muitos dispositivos são criados com o intuito de facilitar cada vez mais a vida cotidiana, fazendo uso da Inteligência Artificial. A IA (ou AI pela sigla em inglês, Artificial Intelligence) possui como base a inteligência humana. É uma tentativa de simular nossa inteligência através de softwares. É ensinar às máquinas como funciona nossa estrutura de pensamento e, após essa instrução, fazer com que a máquina seja capaz de manter um aprendizado contínuo, ou seja, ela busca conhecimento constante e corrige os próprios erros até encontrar as melhores soluções.

Tudo isso é muito bom… Mas, e sobre a nossa inteligência, nós temos feito bom uso dela? Estamos buscando crescimento constante, aprendemos com nossos erros? Ou as informações que acumulamos produzem apenas o intelectualismo, e as nossas vidas seguem sem transformação? Mesmo as máquinas não contribuem muito apenas com dados. É necessário utilizá-los para algo, ter uma finalidade. Desta forma, de que adianta ter uma mente com mil possibilidades se nós não a usamos para a finalidade para qual ela foi criada: o crescimento Humano.

Inteligência Artificial – AI (Créditos: Tecmundo)

As máquinas nos remetem a mecanicidade, a algo que não precisamos pensar para realizar, apenas executar. Será que nós estamos adotando esse comportamento? Será que estamos ficando cada vez mais parecidos com as máquinas? A ironia é que, agora que os nossos gadgets e aplicativos sabem tudo sobre o trânsito, o tempo, nossa agenda, nossos interesses e nossos amigos, isso deixa a nossa mente em estado de “stand by”, sem muita atividade. Por exemplo, quantos números de telefone você tem decorado em sua memória? Você se sente seguro para dirigir até um novo destino sem precisar usar Waze ou aplicativos do tipo? O que aconteceria se você precisasse ficar um mês sem internet e sem energia elétrica?

(Créditos: Coll Business News)

Se as máquinas ficarem inteligentes, até desenvolverem um tipo de “mente” semelhante à humana, não será um problema. Pelo menos, não um problema tão grande quanto os Humanos se tornarem mecânicos, frios, sem reflexões, sem sentimentos profundos… Sem Vida.

Enquanto nós nos desesperamos quando ficamos sem internet ou quando um sistema não funciona, as máquinas estão se aprimorando e se tornando cada vez mais independentes dos humanos. Podemos resgatar um questionamento de Morpheus em um dos seus diálogos no filme: “Você é um escravo?”… O que você responderia?

Os humanos estão tão dependentes que é até difícil dizer quem está aprendendo com quem? Quem possui inteligência e quem é um ser mecânico. Não podemos perder a característica que nos torna diferentes das máquinas, aquilo que define um verdadeiro Ser Humano.

Precisamos buscar a Realidade para além das aparências, buscar o que está para além do que pensamos ver, pensamos tocar, pensamos possuir. Precisamos buscar aquilo que é imortal, que transcende a ilusão da morte, a Verdade no seu sentido mais profundo. Geralmente, acreditamos que a realidade é tudo que está ao alcance dos nossos sentidos, tudo que podemos tocar. Por isso não é fácil identificar essa “Matrix” em que vivemos. Como citado no diálogo entre Neo e Morpheus, personagem responsável por encontrar o escolhido: “A Matrix não pode ser explicada. Tem que ser vista”. Para isso, é preciso ter sede de sabedoria, estar disposto a conhecer a Verdade, mesmo que ela seja desagradável e lhe cobre muitas mudanças de opiniões e postura. Precisamos ser como Neo e fazer as escolhas corretas.

(Créditos: Exame)

No filme, as máquinas precisam da nossa energia para se manter. E a humanidade? Do que precisa para se manter? Há um pensamento tibetano que diz que devemos abandonar nossa vida se queremos viver. É preciso questionar, ver além do que só interessa ao nosso eu-egoísta, se desapegar de conceitos formados baseados nas crenças da maioria (que sempre nascem da manipulação de uma minoria). É necessário buscar algo não superficial, se aprofundar em nós mesmos. Conhecer-se a si mesmo, como se referia Sócrates. Se aproximar do ideal, do seu melhor, buscando virtudes e sabedoria, e dar continuidade a isso apresentando esta nova realidade para os demais.

Da mesma maneira que nos conta Platão no seu “Mito da Caverna”, após se libertar das correntes e perceber que tudo aquilo que viveu e acreditou era uma ilusão, o buscador da Verdade se espanta ao perceber que aquela “vida” era controlada por seres inescrupulosos. Porém, aquele que não se detém e continua na sua busca, encontrará a saída da caverna e descobrirá a Beleza da luz do Sol, que simboliza uma vida iluminada não mais por interesses mesquinhos, mas sim por um ideal de Fraternidade Universal, de Justiça, de Virtude e crescimento… Ou seja, pelo verdadeiro Bem.

As máquinas podem nos substituir em muitas tarefas e facilitar muito a nossa vida. Mas mesmo os softwares de IA mais avançados jamais serão capazes de contemplar a Beleza da Natureza, de ter um verdadeiro sentimento ou de buscar o sentido da Vida, pois essas são experiências próprias dos seres humanos. Nós temos adotado um estilo de vida que mata tudo isso, vivemos vidas falsas em rede sociais, sem laços profundos, sem reflexões, sem Verdade… sem Vida. Sem dúvidas, isso é o que mais ameaça a Humanidade atualmente. Então, tratemos de lutar para salvar aquilo que é “Humano” dentro de nós!

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