Aprendendo sobre a Arte do Império Romano

O Ser Humano é o único Ser na Natureza que produz Arte. Somos capazes, a partir dos nossos sentimentos e da nossa razão, de captar a Beleza e traduzi-la a partir da estética e da Harmonia. A transformamos em canções, pinturas, esculturas e nas demais formas de Arte que conhecemos. Por essa capacidade singular ao longo da história, e até os dias atuais, a Arte tem um papel fundamental dentro da nossa formação enquanto Indivíduos.

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De uma maneira geral, todos nós consumimos Arte. Seja escutando música pelo aplicativo no celular ou indo ao cinema e a teatros, estamos, querendo ou não, quase a todo momento cercados de produções artísticas. Porém, será que a ideia de Arte foi a mesma ao longo da história?

Basta investigarmos um pouco e saberemos que não. Se tomarmos por base, por exemplo, os escritos de Platão, percebemos que o filósofo grego colocava a Arte acima de uma expressão de sentimentos e emoções, dando-a a missão de educar a Alma das pessoas. Não por acaso, a Arte era regida por nove musas, Deusas filhas de Zeus com Mnemosine, a Deusa da Memória. Elas inspiravam os artistas e por eles revelavam os Mistérios do Universo.

Além disso, trazendo para um aspecto prático da vida, através da Arte seria possível aprender sobre Harmonia, Métrica, Ritmo e Movimento, desde a construção de uma poesia até o estudo dos astros. O Ser Humano, portanto, que fosse ensinado a ver Harmonia em tudo no Universo, desde as pequenas coisas até mesmo em toda a Natureza, não buscaria outra coisa em si do que a própria Harmonia. Por isso, a Arte serviria como um caminho para que a Alma pudesse expressar-se de maneira natural no Ser Humano, sendo esta uma ponte entre o Divino e a vida material.

A mentalidade da cultura grega em relação à Arte foi levada até as fronteiras romanas quando estes dominaram toda a Hélade. Assim, os romanos passaram a apreciar as mais distintas expressões artísticas daquele período, principalmente a poesia, a música e a dança. Roma, até os dias atuais, é lembrada por seus grandes banquetes, por exemplo, na qual a maioria das Artes eram apresentadas livremente.

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A dança e a música, porém, não estavam apenas em momentos festivos. As celebrações voltadas aos Deuses eram comumente realizadas com momentos artísticos, com danças e músicas, além de textos escritos para essas ocasiões. As famosas “bacantes”, sacerdotisas devotas do Deus Baco, dançavam nas florestas de todo o Império em seus cultos e festividades. Do mesmo modo, no carnaval, uma festa romana que perdura até os nossos dias, a música e a dança eram as principais atrações desse momento que, em sua origem, tinha um significado religioso.

Por estarem presentes em diversos momentos da vida cotidiana dos romanos, essas Artes eram aprendidas desde cedo, assim como as demais. No processo educacional dos jovens, por exemplo, era comum dedicarem-se a poesia, a retórica e as demais disciplinas que o ajudariam em sua carreira profissional. Entretanto, os estudantes não aprendiam apenas os seus ofícios. Ao longo do Império Romano diversas cidades foram centros de referência para o ensino da Arte das musas. Nápoles, por exemplo, era um local dedicado aos jovens artistas para desenvolverem suas habilidades. Visto isso, não é de se surpreender que os artistas tivessem um lugar privilegiado na sociedade romana.

Se pegarmos o exemplo do círculo intelectual de Mecenas, que patrocinavam diversos artistas e poetas como Horácio e Virgílio, é perceptível que a Arte tinha um papel destacado para a nobreza romana. Esses artistas, uma vez que caíam nas graças de um nobre, tinham acesso a obras e pessoas do mais alto escalão da sociedade romana. Isso os possibilitavam a refinar suas habilidades, pois conseguiam encomendar manuscritos e obras de difícil acesso, além de precisarem sempre refinar suas Artes para surpreender e agradar seus patrocinadores.

Alguns pesquisadores alegam que esse foi um dos motivos para a decadência da Arte romana. Algumas obras se tornaram tão difíceis de serem reproduzidas ou mesmo entendidas que passou-se a não ter mais sentido investir em algo que não se compreendia. A necessidade de impressionar, portanto, foi a ruína desses artistas. Entretanto, podemos elencar outros fatores que foram decisivos para esse declínio. 

Um deles, certamente, envolve não apenas a Arte, mas toda a sociedade romana. Quando sua elite passou a dedicar mais tempo a banquetes e jogos e menos a Arte de governar, os pilares da civilização romana começaram a ceder. Refletindo na Arte, os artistas passaram a cultivá-la não mais como um meio de acessar uma Harmonia Divina, mas apenas para esbanjar suas técnicas e impressionar o público. Nesse contexto, a dança que antes era usada para ritos e celebrações passou a se voltar para as festividades mundanas e sensuais. 

Refletindo sobre isso, podemos perceber que um aspecto da sociedade, seja ele qual for, não muda sozinho. Tal como um efeito dominó, em que uma peça é derrubada e gera o declínio das demais, em nossa Vida quando um de seus aspectos passa a ficar instável, os outros também se tornam frágeis.

Por exemplo: quando passamos por um problema familiar, seja de que natureza for, não conseguimos produzir em nosso trabalho como em condições normais. Do mesmo modo, nossas relações de amizade podem ficar abaladas por não conseguirmos dedicar-lhes tanto tempo quanto gostaríamos. Visto isso, podemos entender que em uma civilização acontece algo similar. No caso romano, quando estes buscaram voltar-se apenas para seus prazeres físicos, sem se preocupar em ajudar a manter seu povo forte e unido, todos os outros elementos que os tornaram grandes foram abalados.

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Assim, a música e a dança passaram a ser vistas com maus olhos com a chegada do Cristianismo em Roma. Por estarem ligadas a rituais pagãos e a uma forte sensualidade, ambas as Artes foram alvo de perseguições e proibições. Entretanto, estas nunca deixaram de ser ensinadas, nem cultuadas pelos antigos. O canto, que é uma forma de música, chegou, por exemplo, a fazer parte da liturgia cristã e até hoje mostra-se uma ferramenta eficaz para a fé.

Mas, afinal, quais reflexões podemos extrair da Arte em Roma? Uma das principais, certamente, é que a Arte pode ser duas faces de uma mesma moeda: do mesmo modo que podemos usá-la para alcançar um sentimento Divino e transformá-lo em algo belo, podemos colocá-la à serviço de nossos desejos e emoções mais baixos. Nesse último caso a Arte não serve para elevar a nossa condição Humana, mas sim para ampliar os nossos instintos. A dança é, sem dúvida, um exemplo prático e fácil de percebermos essa diferença. Se desejarmos, podemos utilizá-la como uma ferramenta de sedução, ao passo que também podemos exaltar as mais belas qualidades Humanas como demonstração de Força, Ritmo, Coordenação, Equilíbrio e Harmonia. 

O que nos cabe, portanto, é sabermos diferenciar os tipos de Arte que nos cerca e escolher, afinal, a que mais nos agrada. Se desejamos nos aproximar das idéias do Belo, do Bom e do Justo, portanto, há um tipo de Arte mais adequada para isso. Se, por outro lado, desejamos apenas valorizar a Arte como meio de canalizar nossos instintos e angústias, também conseguiremos encontrar artistas e expressões culturais desse viés nos tempos atuais.

Entretanto, acima disso, vale ressaltar o conselho dos antigos: a Arte serve para educar nossa Alma. Cabe a cada um de nós escolher, portanto, o que desejamos ensinar para nossa melhor parte. Se tivermos isso em nossa mente provavelmente pensaremos duas vezes antes de buscarmos apreciar uma obra artística e passaremos a selecionar melhor nossos gostos. Esse refinamento, a partir de uma escolha consciente de nossas ações, é considerado um refinamento do gosto, ou seja, estamos escolhendo de modo mais preciso, logo, entendemos o que nos motiva e qual a finalidade do tipo de Arte que estamos consumindo. 

Visto tudo isso e considerando o cenário atual, vale a pena inspirar-nos no melhor dos romanos e fazer da nossa Arte, tal qual na antiguidade, um caminho para a nossa educação. Refinemos o nosso gosto e passemos a escolher o tipo de Arte que nos conecta ao Universo em sua essência. Assim, quem sabe, não possamos apreciar a mais Bela sinfonia que ecoa por todo o Cosmos?

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