Sua Melhor Versão

O Ser Humano é um ser social. Sejam pequenos ou grandes grupos, o fato é que sempre tem uma quantidade diferente de pessoas à nossa volta, e sempre tem pessoas com diferentes níveis de habilidades. Essa diversidade é excelente para uma espécie associativa, afinal, quando cada um encontra seu papel dentro das relações sociais e o cumpre, tudo tende a funcionar bem. Basta pensarmos em uma série de engrenagens de uma máquina que, quando alinhadas, geram harmonia e fazem o maquinário executar suas tarefas.

Entretanto, nem sempre a vida social funciona assim. Por vezes, sentimos que nossas relações travam, que não seguem esse fluxo natural, e como consequência, acaba-se gerando separações. Começamos a dividir as pessoas em grupos: as que gostamos ou não, as que possuem habilidades que nos favorecem, as que nos desagradam e assim por diante. Essa realidade pode gerar duas posturas internas: a primeira, a de querer ser como as pessoas que convivem conosco e admiramos por suas habilidades; a segunda, a de se comparar com elas e se sentir inferior ou superior em determinados aspectos.

Em geral, fazemos isso de forma inconsciente, pois aprendemos a agir dessa forma, em grande parte, por causa da comparação. Porém, tal postura, quando levada ao extremo, pode gerar problemas graves, como a inveja, a baixa autoestima ou um pensamento de superioridade que nos leva a extinguir a convivência com quem acreditamos ser “inferiores”. Tudo isso começa de maneira simples, quase ingênua. Passamos a observar tudo o que a pessoa com a qual nos comparamos conquistou, até onde ela chegou; e em seguida, olhamos para nós mesmos, comparamos tudo, e o resultado é, em geral, desanimador. Como podemos lidar com isso?

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O mal da comparação

Quantas vezes não nos comparamos com os outros? Ousamos dizer até que é um hábito diário para alguns. O problema da comparação, além de ser péssima para a autoestima, consiste no fato de ela não ser real, pois são comparações sem fundamentos lógicos. Por exemplo: uma pessoa gosta de correr, mas não treina muito por preguiça. Ela olha para uma pessoa que corre 10 km todos os dias, faça chuva ou faça sol, há 20 anos. Quando ela compara onde ela está com onde o corredor está, automaticamente ela pensa “nunca conseguirei”. Isso é uma comparação desleal!

Nesse aspecto, a comparação deveria ser, pelo menos, com alguém que corre um dia a mais na semana do que ela, aí sim tornaria-se um passo mais próximo de alcançar. Mas, mesmo nesse caso, ainda existe o problema de usar o outro como medida. Esse é, em síntese, o nosso grande problema. Buscamos a comparação no mundo externo, nas pessoas, nos bens que o outro possui e nas suas habilidades, quando, no fundo, nossa única e real comparação deveria ser apenas conosco. 

Sim, é exatamente isso. Nós só podemos nos comparar com uma única pessoa: nós mesmos. Qualquer comparação que não seja com nossa própria existência será distorcida e ilusória, pois nenhum de nós conhece a realidade do outro, suas angústias e dificuldades. Quantas vezes, por exemplo, julgamos a capacidade de outra pessoa com a nossa perspectiva? Podemos dizer que uma pessoa é desorganizada, mas será que consideramos o quão difícil pode ser para essa mesma pessoa não se manter daquele jeito? 

Normalmente, esse tipo de comparação vem acompanhada de um julgamento, seja sobre nós mesmos ou o outro. Porém, do que adianta apenas julgar o outro se não podemos resolver a sua situação? Do mesmo modo, pouco adianta criar julgamentos sobre nós mesmos se não estamos dispostos a melhorar nossas habilidades. Nesse sentido, a única comparação válida é a que fazemos com nós mesmos: estamos melhores do que fomos ontem? Podemos ficar ainda melhores no que fazemos? Seja você a sua referência de crescimento e evolução. 

Aprendendo a ser o seu próprio referencial

Nosso exercício como humanidade é aprender a desenvolver nossas potencialidades. Entretanto, gastamos grande parte do nosso tempo observando a vida alheia e tentando controlar o que não é da nossa alçada. O primeiro passo para nos tornarmos o nosso próprio referencial é cortar essa mentalidade de comparação com os demais. Como podemos fazer isso se a comparação é, afinal, tão natural? Tentemos aprender a nos comparar conosco mesmo. Compare o você de hoje com o você de ontem. Se hoje eu corro 2x na semana com dificuldade, mas no início do ano eu nem me exercitava, e agora eu quero chegar ao fim do ano correndo 3x na semana, é notável que há uma evolução.

Percebe que nesse singelo exemplo a única comparação ocorrida foi comigo mesmo? Eu comparo onde eu estou com onde eu estava, e uso isso como um trampolim, como um impulso para onde eu quero chegar. Posso usar o corredor profissional como uma inspiração, pois ele também teve seus dias de preguiça, ele também começou do zero e também se esforçou muito até conquistar o hábito. Mas não posso, jamais, me comparar a ele, nem usá-lo como minha medida de sucesso.

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Essa reflexão serve para todos os campos da nossa vida, seja ele financeiro, profissional, físico, amoroso… Nós temos que ter uma meta como seres humanos, que é a de evoluir, crescer internamente, sem se esquecer que cada um passa por experiências diferentes e precisa trabalhar dentro de si elementos diferentes para conquistar esse crescimento. Um exemplo hipotético: quem eu mais admiro no trabalho tem uma disciplina que eu ainda não tenho; porém, é alguém que precisa melhorar o seu humor e a sua cortesia, coisas que não são problemas grandes para mim.

Por isso, a melhor e única comparação que devemos fazer é conosco mesmo, como mencionamos anteriormente. Quanto mais eu cresço hoje, me comparando com o ontem, mais eu me estímulo a crescer. E isso permite que a melhor versão de nós mesmos venha à tona. O que é muito revigorante, pois sempre vai ter algo que podemos aperfeiçoar, uma versão nossa que deve ser atualizada. Uma vida com metas de aperfeiçoamento interior nunca será monótona.

No entanto, é importante ter cuidado para não cairmos na ilusão de que a ideia de uma “melhor versão” significa ter mais dinheiro, mais reconhecimento, mais seguidores etc. Se acreditamos nisso, é porque estamos, novamente, dependendo de outras pessoas para medir a nossa realização. E quem garante que as pessoas que vivem nessa situação, mesmo sendo alvo das comparações de muitos, são felizes de verdade?

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Não procuremos imitar os outros, procuremos a nós mesmos. Dar o nosso melhor, colocar nosso coração em tudo que fazemos, sentir que ao final do ano terminamos ele um pouquinho melhor do que quando começamos. Que ao final de uma década, tenhamos a certeza de ter dado o nosso melhor. E que ao final de uma Vida, tenhamos a Paz, por saber que vivemos de forma Plena.

Procure sua melhor versão!

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