A importância de ter um Centro em nossas Vidas

Você já se sentiu sendo outra pessoa, em diferentes momentos da sua Vida? A depender de onde esteja, você já observou que se comporta de modo diferente quando está no trabalho ou com amigos mais próximos? Se a resposta é “sim”, é possível que você não esteja aplicando a ideia de “Centro” em sua Vida.

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De acordo com diversas Tradições Filosóficas, principalmente a grega e a chinesa, seria inaceitável termos comportamentos tão díspares em ambientes ou situações diferentes. Utilizando o exemplo acima, vamos nos imaginar da seguinte forma: no trabalho, seríamos um indivíduo sério, disciplinado e rigoroso com prazos e com os outros colegas; porém, com os nossos amigos, seríamos uma pessoa divertida, bem humorada e nem um pouco parecida com o rigoroso trabalhador; já no âmbito familiar, seríamos amorosos, companheiros e um pouco desleixados com horários e obrigações. Agora, imaginemos que estamos em um supermercado com nossa família e encontramos um colega do trabalho e um dos nossos amigos. Nessa situação, quem seríamos? O pai amoroso, o trabalhador rígido e grosso ou o amigo divertido?

Segundo os Filósofos Gregos, essa situação é similar a um teatro de máscaras, na qual, a todo momento, estamos interpretando um personagem. O problema, porém, é quando essas distintas personalidades precisam se sobrepor e, no fim, não sabemos qual máscara utilizar. Frente a isso, seria preciso perceber que para além de cada interação social, de cada personalidade que assumimos, nos mais diferentes âmbitos, deve existir um ser que não muda, que é quem somos verdadeiramente. Ou seja, um Centro do qual parte toda a nossa Vida.

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Para chegarmos a esse ponto, porém, é preciso enxergar e reconhecer esse Centro em nós. E como fazer isso? De modo prático, para encontrar o nosso eixo é necessário partir de uma base de princípios que regem as nossas vidas. Assim, ainda que as situações na vida mudem a todo momento, nosso ponto de partida continua sendo o mesmo. Junto a isso, guiando-nos por princípios, podemos alinhar nossos Pensamentos, Sentimentos e Ações para e sempre sermos nós mesmos, não importa os cenários que a Vida nos apresentem. 

Há quem argumente, entretanto, que jamais poderemos ser “os mesmos”, em todos os lugares, pois cada etapa da vida exige de nós uma postura distinta, uma forma que se molda aos ambientes. Assim, seria sempre preciso se “adaptar” a esses novos momentos. Desse modo, por exemplo, não podemos ser uma pessoa divertida e bem humorada no trabalho quando este exige de nós seriedade e rigor com prazos e demandas. Esse é um argumento parcialmente válido, uma vez que, de fato, precisamos ter posturas diferentes, a depender de nossas Responsabilidades. Isso não invalida, pois, uma forma de agir partindo do nosso Centro.

Pensemos nesse mesmo exemplo: se tenho como princípio, sempre agir de modo justo e buscando unir-se às pessoas, no trabalho, como poderei me comportar? Partindo dessa concepção, ou seja, do que realmente acredito e desejo viver, irei atuar de modo correspondente. Assim, aplicarei a justiça e a unidade no meu trabalho e fazendo o que ele me demanda: Seriedade, Compromisso e Disciplina. Já no âmbito familiar, utilizando os mesmos princípios, serei um companheiro(a) amoroso(a), um pai ou mãe presente, pois desejo a justiça e a unidade também nesse aspecto da Vida. Percebe-se, assim,que as formas podem até sofrer variações, mas quando partimos de uma base sólida, a nossa atitude vai refletir as mesmas características que temos.

Esse é o poder de ter um Centro em nossas Vidas: sermos sempre os mesmos, não importa a situação que nos seja apresentada. Quando encontramos essa Essência nos nossos princípios, poderemos viver tudo que a Vida nos oferecer de modo consciente, sem dilemas ou máscaras para nos esconder. Infelizmente, não basta apenas encontrar esse Equilíbrio em nossas Vidas, mas principalmente mantê-lo atuante em nosso Pensamento e Sentimentos.

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Como diz um velho ditado, “o fácil não é ter, mas sim manter”. Isso pode se aplicar a diversas áreas de nossa Vida, mas principalmente quando estamos falando de se manter Fiel a esse Centro que elegemos. Isso ocorre porque nem sempre estamos atentos e, quase sem querer, acabamos traindo a nós mesmos. Por descuido ou displicência, acabamos sendo levados a deslizes morais que ferem os nossos Princípios ou mesmo deslocando-os completamente. 

Um Conto Chinês nos ajuda a entender de maneira prática como isso pode ocorrer. Diz a lenda que um grande governante, de uma Antiga Província Chinesa, estava fazendo muito bem o seu trabalho. Em suas mãos, a província estava prosperando como nunca e rapidamente superaria as demais regiões, tornando-se assim a mais rica e poderosa entre todas elas. Seus “concorrentes”, os governantes das demais províncias, porém, não desejavam que isso ocorresse. Pensaram então em diversas maneiras de fazer o ótimo governante deixar suas tarefas de lado e abaixar a qualidade da província. 

Depois de muito pensarem, chegaram a uma conclusão para realizar seu plano: dariam ao governante um harém repleto de mulheres que o seduziria ao ponto de esquecer-se do reino e suas obrigações. Sendo assim colocaram o plano em ação e logo percebeu-se que o governante gostava mais da companhia das “damas” do que dos seus conselheiros. Além disso, perdia mais tempo se embriagando, em seu novo harém, do que servindo ao seu Estado. Assim deu-se a ruína daquela província que deveria ser a mais forte e poderosa de todo o reino.

A lição por trás desse pequeno conto está em como algo pode nos desvirtuar e tirar nossos valores. Por vezes, os prazeres podem nos levar a trair aquilo que acreditamos, e acabamos nos “vendendo” para conseguir aproveitar, um pouco mais, dos deleites da vida. Seja em maior ou menor grau, esses pequenos atos corrompem quem somos e nos tira do Centro e assim, não raramente, acabamos nos perdendo no meio do caminho. 

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Por fim, usemos como “dica” para mantermos o nosso Centro, uma antiga frase de um Filósofo Hindu que diz: “não importa se faz um calor causticante ou se sopra uma doce brisa, nada pode me tirar do meu caminho”. O nosso Centro, portanto, está para além de um local no qual partem as nossas ações. Ele é, também, a finalidade pela qual existimos, pois um princípio, em vida, deve cumprir com um fim. Assim, nosso Centro será, em essência, a nossa realização humana. Que sejamos, então, Inteiros e Íntegros aos nossos princípios, pois serão eles que sobreviverão ao tempo, residindo na memória a Fidelidade de sermos sempre nós mesmos.

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