Você já ouviu falar em arquétipos? A palavra remonta à Grécia Antiga e tem seu significado como um modelo perfeito. Assim, quando falamos no arquétipo de uma cadeira, estamos nos referindo à forma que melhor representa a ideia de “cadeira”. Apesar de ser um conceito usado na psicologia junguiana, desde cedo a humanidade utilizou arquétipos para se guiar pelo mundo. Eles nos servem como verdadeiras referências de comportamento e ação no mundo.
Nas tradições antigas, a mitologia tinha, em parte, o papel de apresentar esses arquétipos para os indivíduos. Assim, ao escutar sobre os trabalhos de Hércules, as aventuras de Odisseu e a bravura de Aquiles, os antigos gregos não estavam pensando em pessoas, mas em modelos de conduta humana frente às mais diversas situações que podemos enfrentar. Mesmo não possuindo a força e os poderes desses heróis, os antigos gregos podiam encontrar respostas de como existir na vida a partir desses referenciais.
Além desse caráter moral, a mitologia ainda tinha um papel mais profundo quando era relacionada aos arquétipos. Algumas divindades, tanto masculinas como femininas, representam modelos de homens e mulheres para aquelas tradições. Assim, inspirar-se numa divindade não era apenas um ato religioso, mas também uma maneira de viver um arquétipo próprio para cada papel social como o de mãe, o de esposa, o de filha, o de guerreiro, o de pai etc.
Será que hoje, na cultura atual, podemos viver esses arquétipos? Para responder essa questão, indicamos o livro “Deuses interiores”, de Laura Winckler, que mostra como podemos reconhecer e viver esses arquétipos em nosso dia a dia, pois, mesmo com uma cultura totalmente diferente, a psique humana não mudou nos últimos milênios.
O poder do arquétipo e seus símbolos
Como esse conhecimento nos pode ser útil? Vivemos em uma cultura diferente da dos antigos habitantes da Hélade ou mesmo de qualquer outra mitologia antiga, logo, por que nos debruçar sobre mitos e heróis que, a rigor, pouco dizem a nosso respeito? Esse pensamento tem nos levado, de maneira geral, a rejeitar os símbolos e ideias por trás dos mitos e enquadrá-los apenas como um mero entretenimento. Os deuses antigos viraram super-heróis em filmes de ação, que nada representam os valores da sua cultura.
Entretanto, há um tesouro escondido em cada mito, e podemos resgatá-lo se soubermos enxergar sua luz. O primeiro passo para isso é perceber os símbolos que existem em cada uma dessas narrativas. Joseph Campbell foi um dos primeiros pensadores modernos a perceber isso e dedicou sua vida a revelar a preciosidade por trás de cada mitologia. Campbell nos fala sobre como o símbolo é vivo em cada ser humano e compõe, dentro do imaginário coletivo e individual, pontes para ideias e anseios que temos em nossa mente.
Desse modo, quando um grego falava sobre Hermes, por exemplo, não se referia apenas a uma divindade, mas sim ao símbolo que poderia ser encontrado dentro de si. No fundo, toda a mitologia versa sobre o ser humano, sua relação com a natureza e o seu papel dentro do universo e, por isso, em última instância, nos revela diferentes arquétipos que podemos seguir.
Vivendo os arquétipos
O livro de Laura Wincler tem precisamente esse papel: revelar os diferentes arquétipos que podemos viver. Cada ser humano é único e sua psique é construída também de maneira singular. Apesar de traços gerais, cada um de nós vive provas, dilemas e felicidades individuais, o que nos caracteriza, precisamente, como seres únicos. Ninguém é igual a ninguém, entretanto, há caminhos gerais que podemos percorrer. Há quem, por exemplo, vibre e se realize ajudando os demais, sacrificando sua própria vida pelos outros. Há quem viva pela família e faça do seu núcleo familiar o mais importante do mundo. Há ainda quem deseje a liberdade e queira viver desbravando novas trilhas, abrindo caminhos.
Como conciliar todos esses arquétipos? Laura Winckler fez um verdadeiro arcabouço da mitologia grega e, aliando o conhecimento de mitos e simbologia, conseguiu não apenas identificar o arquétipo em cada uma das principais divindades gregas, os famosos deuses olímpicos, mas também desenvolveu um método para o leitor investigar por conta própria e perceber quais arquétipos mais se assemelham a sua forma de enxergar o mundo. Assim, a mitologia torna-se uma aliada para compreender a nós mesmos, ressignificando uma série de elementos internos e percebendo os motores que nos fazem agir de maneira inconsciente muitas vezes.
O método consiste em um teste para definir o Deus que mais lhe representa. Entretanto, para quem já trilha o caminho do autoconhecimento é bastante revelador, à medida que lemos os mitos, e com a explicação da autora, quais são os deuses que mais nos definem. Frente a isso, a experiência de ler “Os Deuses Interiores” se transforma em uma verdadeira jornada pela psique humana. Por isso, recomendamos fortemente ao leitor que adquira o seu exemplar e encontre o seu arquétipo pessoal.
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