É muito fácil ver o mal, este é ruidoso, espalhafatoso, faz questão de aparecer em qualquer lugar. Está nas mídias todo dia, nas ruas, no trânsito, ao vivo e a cores. Parece que, para onde quer que se olhe, o mal está presente, contagiando as ações humanas e se perpetuando. Essa visão persistente nos causa desalento e nos rouba a esperança.
Porém, como nos ensina a física newtoniana, “a toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto” ou, como disse certa vez o Papa Francisco: “Se o mal é contagioso, o bem também é. Deixemo-nos contagiar pelo bem e contagiemos o bem!”.
O bem é mais poderoso que o mal mas, ao contrário deste, é suave e discreto, justamente por não precisar fazer barulho para manifestar sua força. É como os ventos que empurram um veleiro para qualquer parte, como um mestre de artes marciais que sabe concentrar seu poder num golpe, como crianças que compartilham o pouco que tem para que todas possam brincar juntas.
Em seu “Discurso Sobre a Dignidade do Homem”, o conde italiano, Giovanni Pico della Mirandola, reflete que há no ser humano sementes de todo tipo, o que nos dá o potencial de sermos o pior ou o melhor de nós mesmos. Podemos escolher “ser passivos como uma planta ou violentos como uma besta” mas também podemos, se “usarmos de raciocínio e intelecto”, nos “elevar a categoria de anjos ou filhos de Deus”. E podemos até mais que isso, segundo ele refletiu, nos “unirmos ao próprio Deus” como o fez, por exemplo, o mestre Jesus, podendo chegar ao ponto de falar verdadeiramente “eu e o Pai somos UM”.
Se é verdade que temos dentro de nós essas sementes, podemos escolher conscientemente o que queremos ver crescer. Este fator da consciência é de suma importância neste processo, pois um jardim belo não se forma sozinho. Se não houver uma inteligência atuando, crescerão tanto ervas daninhas quanto flores, que irão competir pelo mesmo espaço, impedindo a Harmonia (Unidade) que tornaria aquele jardim Belo. Um bom jardineiro há de saber identificar e retirar as ervas malignas, dando espaço para as flores crescerem fortes e sadias.
Nós somos o jardim e o jardineiro, e em nosso interior, há tanto o bem quanto o mal querendo crescer neste momento. Vamos deixar os dois competindo entre si para a sorte decidir, ou vamos agir com consciência para arrancar o mal e permitir que nossas melhores virtudes se alimentarem da luz do Sol de nosso Espírito?
Quando uma criança nasce, normalmente ela vem com as sementes do bem latentes nela. Infelizmente, aos poucos permitimos que elas se contaminem com o mal que nós mesmos deixamos cair de nossos jardins mal cuidados. Mas durante um bom tempo, é possível ver de forma evidente nelas essa tendência para o Bem, esse desejo de amar, de compartilhar, de unir. O vídeo abaixo é uma clara prova disso. Assista para alimentar a esperança e o Bem que há dentro de você!