O universo dos jogos de RPG é imenso, seja nas versões de tabuleiro, de videogames ou nos computadores, temos centenas de opções de qual aventura queremos viver junto aos personagens dos games. Apesar de propostas totalmente diferentes entre os jogos, o ponto em comum é de que nós, através do personagem principal, temos uma missão a cumprir, e para chegar até lá, inúmeros desafios e inimigos passarão no caminho. Dentro das possibilidades para ultrapassar o desafio/inimigo, ou travamos uma luta e o matamos, ou geramos algum tipo de punição.
Essa é a realidade dos games que estamos acostumados, mas, os criadores do Undertale resolveram abordar uma nova forma de enfrentar os desafios dentro do jogo. Neste game, monstros e humanos viviam no planeta. Após uma guerra, os monstros foram derrotados e selados embaixo de uma montanha. O personagem principal, Frisk, acidentalmente cai dentro da montanha onde os monstros vivem e, por sorte, Toriel o abriga em sua casa e garante sua proteção naquele mundo. Aí começa a aventura, pois Frisk terá que encarar o mundo dos monstros para poder voltar ao seu lugar de origem.
Até então, aparenta ser um jogo convencional, mas Undertale traz, em suas aventuras, um verdadeiro dilema sobre o poder de nossas escolhas. Diferente dos demais jogos, nesse você pode escolher entre derrotar o monstro ou conversar com ele! Vejam só que coisa! Perguntar se ele está bem, se ele tem amigos e, até mesmo, oferecer um abraço! Em todas as etapas, o jogo oferece reflexões sobre qual conduta você vai tomar! Você escolhe se quer ser um pacifista, e não matar nenhum monstro durante todas as fases, ou se vai matar todos. E depois não adianta se arrepender e reiniciar o jogo, pois fica registrado o reset, e os próprios personagens comentam sobre o que você fez no passado, e questionam sobre porque você mudou de ideia.
Será que nesse caso podemos fazer a reflexão: “o jogo imita a vida?”. Undertale traz uma realidade que não estamos acostumados, de que muitas vezes a melhor forma de enfrentar os nossos obstáculos é lidando cara a cara com eles. Não simplesmente ultrapassá-los a qualquer preço, enterrar logo aquela barreira, livrar-se dela e deixá-la no passado. O diálogo que o jogo força Frisk a fazer com todos com quem encontra nos ensina sobre o poder da empatia, e o quão importante ela é para conseguirmos gerar compreensão, para assim resolver verdadeiramente os problemas.
A nossa vida, assim como a de Frisk, possui uma missão, uma meta a ser alcançada. E, obrigatoriamente, encontraremos uma série de monstros e outros seres em nossos caminhos, que nos farão dar uma pausa no percurso. Podemos aprender com todos eles, desenvolver empatia, bom senso e compaixão, ou podemos simplesmente ignorá-los e passar por cima de todos. Opções para escolher nós temos de sobra, o que nos cabe refletir é qual escolha nos tornará seres humanos melhores. Afinal, se nos identificamos com Frisk, somos humanos, e não monstros. Então, fortaleçamos o humano dentro de nós!
Ou assista a uma análise do jogo feita em português: