Quem é o seu Pai na Cultura Pop?

O que é um Pai? Muito mais do que um “título”, existem diferentes tipos de virtudes que envolvem a paternidade. Frente a isso, podemos refletir não apenas sobre os nossos Pais “físicos”, mas também sobre toda e qualquer figura que consiga representar esse importante papel em nossa formação. Não por acaso, o segundo domingo do mês de agosto é dedicado aos Pais, sendo um dia inteiro para homenageá-los.

Se pensarmos de modo mais amplo, veremos que “Pai” também é um título para grandes personalidades em suas áreas de atuação. Existem, portanto, os Pais da ciência, tais como Einstein e Newton; um Pai da religião, como o Papa; o Pai da luta contra o racismo, como Martin Luther King. Por conta dessas diversas formas de expressar o amor paterno, podemos viver essa ideia de várias maneiras diferentes.

Nos filmes, desenhos e mitos, na cultura de modo geral, vamos encontrar vários exemplos de como exercer a paternidade. Veja a lista de personagens que escolhemos abaixo e nos diga: com qual você mais se identifica? Qual destes personagens se parece mais com o seu Pai?

Guido – O Otimista

image 8

Todos já assistiram o clássico “A Vida é Bela” e se sentiram emocionados com a atuação de Roberto Benigni no papel de Guido. Guido é um Pai Batalhador, marido amoroso e bem humorado, que coloca seu papel como Pai acima de qualquer coisa. Magicamente, ele reverte o duro cenário dos campos de concentração num espetáculo fantástico para que seu filho consiga sobreviver. 

Em meio a tanto horror, sem saber se sairiam vivos de lá, Guido mantém uma esperança inabalável que o alimenta a proteger seu filho e a garantir que este sobreviva ao final. Guido é o Pai Otimista, mais que otimista, esperançoso, que cria forças de onde não tem por algo em que acredita.

Esse arquétipo de Pai é fundamental em uma criação saudável, pois mostra que sempre pode existir esperança, mesmo nos cenários mais devastadores. É justamente essa esperança no melhor que impulsiona seus filhos para o amanhã, fazendo-os sonhar com dias melhores.

Entretanto, como todo arquétipo, quando mal canalizado, esse tipo de esperança pode fazer o otimismo se tornar uma verdadeira ilusão, quase uma ingenuidade perante a realidade dos fatos. Por isso, é sempre importante ser um otimista com doses de realismo, ou seja, sem perder seus pés do chão e saber que, apesar de toda esperança, é fundamental ter ações e resiliência para resistir a tempos difíceis, como Guido faz.

Mufasa – O Sábio

image 7

Mufasa é o Rei Sábio, Pai de Simba, em “O Rei Leão”. É aquele personagem que adquiriu Sabedoria com os reis do passado e com anos de experiência. Sempre atento e disposto a ensinar, encontra a oportunidade certa para dar bons conselhos, de modo que seus ensinamentos se eternizam. E mesmo não estando mais presente, suas palavras permanecem úteis e vivas. 

Dessa forma, Mufasa é o Pai Conselheiro que sempre sabe exatamente o que dizer na hora certa, que sempre tem algo a acrescentar. Suas falas, às vezes cheias de enigma, levam seus filhos em direção à Sabedoria. Esta, por sua vez, não foi adquirida necessariamente de livros, mas sim de maneira prática, ao sacrificar a si mesmo vivendo experiências e percebendo como a vida funciona. A esse arquétipo resta o papel de grande conselheiro, de ajudar sua prole a viver de maneira consciente os riscos de suas decisões. Geralmente, aquele que vive esse arquétipo é capaz de enxergar longe e ver os perigos e alegrias que estão por vir na vida dos filhos. 

Ao olharmos para a mitologia, outro campo em que os arquétipos estão sempre expostos, encontramos a figura do Pai Sábio em Odin, o deus dos deuses na tradição nórdica. Odin é por si só o deus da sabedoria, adquirido ao sacrificar um dos seus olhos em prol dessa benesse, que é o saber. Em seus mitos, ele está constantemente ajudando e orientando seus filhos e, entre todos, Thor é o que mais necessita de ajuda. O deus guerreiro tem a força como seu principal atributo, e suas ações, em geral desmedidas, acabam por gerar problemas em que Odin, em algumas circunstâncias, precisa intervir.

Esse é o Pai Sábio: aquele que orienta os filhos, mas não os castra. Permite que vivam suas experiências e descubram por si só suas consequências. É a vivência destes momentos que o farão aprender, e por isso é fundamental deixar a prole vivê-los.

Piccolo – O Exigente

image 6

O Pai biológico de Gohan é o protagonista Goku, mas para os fãs da série “Dragon Ball”, uma coisa é definitiva: Piccolo é o verdadeiro Pai de Gohan. Este personagem com cara assustadora, surgiu como o principal inimigo do protagonista, mas posteriormente eles se unem para enfrentar uma grande ameaça. E por ironia do destino, cabe a ele ter que treinar o pequeno Gohan, filho do seu antigo inimigo. Para a criança não foi nada fácil, pois Piccolo sempre foi muito exigente e a submetia a situações complicadíssimas. 

Porém, foi através deste relacionamento que surgiu entre os dois um verdadeiro amor de Pai e filho que transformou ambos: Gohan se tornou um dos maiores guerreiros, e Piccolo amoleceu seu coração sombrio e sacrificou a própria vida para salvar o seu discípulo. Essa é uma figura clássica: o Pai Super Exigente, com cara de bravo, mas que, no fundo, todos sabem que ele tem um grande coração e faz tudo por amor aos filhos. Esse é um tipo de amor peculiar, muitas vezes rejeitado pela grande maioria dos filhos, que somente sabe reconhecê-lo na fase adulta.

O Pai que demonstra não ser amigo do filho, mas é o seu principal aliado nas batalhas da vida, é aquele que está ensinando a pescar e não a dar o peixe; é aquele que, acima de tudo, assiste a cada lição – com ar de esperança – que forja um ser humano melhor, que poderá ser autossuficiente nas demais fases da vida.

É natural que os filhos, por não compreender as causas dos ensinamentos, rejeitem fortemente esse tipo de Pai. Também, ao ser mal canalizado, é comum que esse tipo de arquétipo se torne mais rígido que o necessário, gerando também traumas e afastamentos ao longo do processo de aprendizado.

Entretanto, para esse tipo de Pai, não é um problema manter-se longe do filho, desde que este saiba viver sua vida com plenitude. Assim, é um tipo de amor que não exige proximidade, mas sacrifício e muito esforço. Por isso, apesar de importante na formação dos filhos, é sempre relevante ter o cuidado de não passar do ponto e acabar machucando ambos com palavras, gestos e distanciamentos em demasia.

Julius – O Trabalhador

image 5

E o Pai Trabalhador? Esse é um clássico na postura paterna. Em resumo, esse arquétipo é visto naquele que nunca tem tanto tempo para passar muitos momentos com os seus filhos, pois está sempre trabalhando; no entanto, nem por isso, deixa de ensinar a seus filhos, pois a sua ausência e o seu exemplo de responsabilidade também ensinam.

Não há outro personagem da cultura pop que represente melhor esse arquétipo como o Julius, o Pai do protagonista no seriado de comédia americano “Todo Mundo Odeia o Chris”, baseado na vida do comediante Chris Rock. Com dois empregos para sustentar a família, quase não sobrava tempo para ficar em casa, mas a lembrança de um Pai Trabalhador, com responsabilidade, que nunca tinha preguiça e demonstrava o amor ao trabalho, sempre inspirou todos os seus filhos.

Esse arquétipo encarna a ideia do Pai como provedor da família, modelo adotado por diversas civilizações. Ao entender que é sua responsabilidade prover o alimento, a moradia, a segurança e lazer da sua família, o Pai foca em trabalhar dezenas de horas para garantir que haja sempre comida no prato dos seus filhos. Ao viver essa ideia, é natural que não sobre tempo de qualidade com sua prole, muitas vezes devido às horas excessivas de trabalho e à exaustão no fim do dia.

É por isso que, ao ser mal canalizado, esse arquétipo pode gerar uma ausência, não pelo abandono, mas pela preocupação de garantir que nunca faltará nada aos filhos. Ironicamente, acaba por deixar faltar aquilo que é o mais importante: a sua presença.

Chris Gardner – O Perseverante

image 4

Normalmente, os momentos que mais marcam nossas vidas não são os momentos de felicidade, mas os que nos ensinam algo. Às vezes, uma pessoa teve uma infância sofrida, sem muita alegria, mas teve um Pai que ensinou uma lição que ela leva para a vida toda. De quantas pessoas que nos ensinaram, com o próprio exemplo de vida, que nada é impossível podemos nos lembrar? Que nos mostraram que se vai longe com força e perseverança? E que disseram que nunca devemos desistir dos nossos sonhos?

O personagem de Will Smith em “À Procura da Felicidade”, baseado na história real de Chris Gardner, representa esse papel. É o Pai Inspirador, perseverante, que, apesar das inúmeras dificuldades, nunca abriu mão de seu sonho. Esse é o arquétipo de Pai que nos ensina a sonhar, a persistir nos nossos sonhos. É o nosso maior incentivador, em geral, pois ele mesmo buscou viver os seus sem abrir mão da sua família. É aquele que está sempre com um projeto novo, ou comprando algo que demorou anos para ter. 

O Pai Perseverante educa seus filhos com base nesta virtude. Porém, quando mal canalizado, acaba por projetar os seus próprios sonhos na vida dos filhos, desejando que estes realizem aquilo que ele não conseguiu em vida. Assim, o filho se transforma em uma extensão do Pai, perdendo sua identidade e ficando condicionado a ser quase uma cópia mais jovem dele.

Por isso, o melhor para o Pai Perseverante é permitir aos seus filhos sonharem com o que desejam ser e, a partir dessa escolha, estar ao lado deles, sempre incentivando e sendo um grande exemplo de nunca desistir do que se deseja alcançar.

Ned Stark – O Grande Líder

image 3

Ele é conhecido por seu senso de justiça e lealdade aos seus amigos. Por ser um Grande Líder, encara tudo com seriedade, e isso faz com que muitos entendam a sua personalidade reservada como um sinal de frieza e desdém. No entanto, dentro do ambiente familiar, todos o consideram bondoso e justo nas suas decisões. Nas crônicas de “Game Of Thrones”, Ned Stark é um típico Pai Duro, pois tem que enfrentar grandes batalhas para proteger aqueles que ama; porém, tem um coração generoso e sempre coloca a sua família e a sua casa em primeiro lugar.

Em geral, o Grande Líder é um arquétipo poderoso. O Pai quando o encarna é um verdadeiro guardião de sua família, colocando-a acima de tudo e dando sua vida para protegê-la. É um verdadeiro herói para os filhos, não apenas por ser capaz de prover e ajudar a todos, mas por demonstrar grandes virtudes.

Entretanto, como todo arquétipo, quando mal canalizado, pode tornar-se um verdadeiro tirano, abusando de sua autoridade. O líder, muitas vezes incompreendido e tendo que tomar decisões duras, pode desconsiderar o sentimento alheio e as opiniões divergentes, e isso acaba por colocá-lo em uma posição tirânica. É por isso que o Grande Líder, quando vive bem esse arquétipo, lidera a partir da virtude, e não da força ou do medo.

Marlin – O Protetor

image 2

Por ocasião da vida, por vezes cabe ao Pai ocupar o papel duplo de Pai e Mãe ao mesmo tempo. Papel esse que exige ainda mais responsabilidade, e é claro, mais preocupação também. É isto o que vemos no personagem Marlin, o Pai do peixinho perdido da animação “Procurando Nemo”. Por não ter com quem dividir a responsabilidade, o medo das coisas darem errado é maior, e por isso acaba se tornando superprotetor.

Muito comumente, o filho não entende isso, mas para um Pai, o sofrimento de um filho é a pior coisa que pode acontecer. Por isso, às vezes, ele expressa esse medo como uma superproteção. Quem não conhece um Pai assim? Bondoso e amoroso, mas que em alguns momentos peca pelo excesso de zelo?

Esse é o Pai Protetor, um papel que naturalmente já é esperado da figura paterna, mas que se revela como arquétipo quando passa a ser o grande e único foco. É o Pai que ama o filho ao ponto de não querer que esse se machuque, que passe por problemas na vida.

Na mitologia, por exemplo, encontramos Dédalo – o grande arquiteto do labirinto do Minotauro – neste papel. Ao fabricar asas para escapar do labirinto que ele mesmo projetou, Dédalo tenta proteger e alertar Ícaro, seu filho, para que não voe próximo do sol. O filho, entretanto, acaba deixando a orientação do Pai de lado e o desobedece.

Assim como Dédalo e Marlin, há outros tantos Pais que tentam proteger de maneira demasiada seus filhos, seja através de conselhos insistentes ou de atos físicos; porém, os filhos precisam passar pelas suas próprias experiências. Assim, esse arquétipo, quando mal canalizado, acaba por “sufocar” a liberdade de escolha dos filhos, que, em contrapartida, tendem a se rebelar e ir na direção contrária ao das orientações que lhe foram passadas. 

Sr. Weasley – O Pai de Todos

image 1

Conhecemos a figura da Mãezona, que recebe todos debaixo de sua asa. Mas existe também a figura do Paizão, O Pai de Todos: aquele que protege a todos em sua volta, que toma conta de todos como se fossem seus próprios filhos, e que sempre dá jeito de abraçar mais um. Nas histórias da série “Harry Potter”, o bruxinho protagonista é órfão, mas é acolhido como um filho pelo Sr. Weasley. Ele já tem 7 filhos, e mesmo assim acolhe todos em sua casa, dá atenção a todos, ama a todos sem preferência. Um Paizão com grande coração.

O Paizão é aquele querido por todos. É o Pai que está sempre pronto a levar e deixar as crianças no shopping, que ajuda os amigos dos filhos e quem necessitar. É de uma generosidade sem tamanho, e isso é o que mais inspira a todos à sua volta. Muitas vezes, porém, essa generosidade é vista como uma fraqueza, afinal, pensa-se que ele trata todos de modo igual porque, no fundo, não é capaz de contrariar ninguém. Assim, é comum que a imagem do “Paizão” também se confunda com um homem passivo, que pode ser usado devido à sua bondade.

Jim Hopper – O Pai do Coração

image

Existem aquelas figuras que são parte fundamental na história de uma pessoa. Mesmo sem ser o Pai biológico, acolhe e cuida com o mesmo amor; e, se não fosse por ela, com certeza a vida do filho teria tomado um rumo completamente diferente. Na série “Stranger Things”, Jim Hopper, o policial da cidade, é essa figura para “Eleven”, uma menina com poderes paranormais e que era mantida como um experimento dentro de um laboratório, criada para ser uma arma.

Após fugir do seu cativeiro, a garota é encontrada por Jim que a acolhe e a protege dentro de sua casa. E nessa relação ela aprende o valor dos sentimentos, e o mais importante de tudo, passa a se sentir como um ser humano, e não simplesmente um experimento.

Como podemos ver, ser Pai de Coração está para além de um papel biológico, mas é, acima de tudo, uma decisão. Por isso, é possível ser Pai mesmo sem ter filhos que possuam o seu DNA, como no caso de Jim Hopper e tantos milhões de Pais que protegem, cuidam e amam filhos que não são necessariamente seus.

Com qual destes personagens seu Pai se parece. Diga para ele qual dessas virtudes é a mais marcante em sua personalidade, e como isso inspirou você a se tornar quem é hoje!

Comentários

Compartilhe com quem você quer o bem

MENU

Siga nossas redes sociais

Ouças nossa playlist enquanto navega pelo site.

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência, de acordo com a nossa Política de privacidade . Ao continuar navegando, você concorda com o uso de cookies.