Quantas vezes não recebemos um convite pelas redes sociais e perguntamos o horário, local ou valor, mesmo estando todas as informações escritas no convite? Quantas vezes não repassamos uma notícia de um site sem verificar se era verídico? Quantas vezes não saímos rolando tela acima do Instagram curtindo todas as fotos que aparecem, sem nem ler as legendas ou observar os rostos?
Parece que ficamos um pouco desatentos com o uso da internet…não acha?
A Revista Galileu fez um resumo https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/06/internet-esta-mudando-literalmente-estrutura-e-funcao-de-nossos-cerebros.html de diversas pesquisas de universidades relatando as alterações que ocorrem em nosso cérebro durante ou após o uso da internet. As regiões cerebrais mais afetadas são associadas a atenção, memória e habilidades sociais… Nem é necessário uma pesquisa científica para saber que isto é verdadeiro, pois podemos observar na prática! Por exemplo, quando estamos navegando na internet, focamos em uma só coisa? Se no computador, mantemos várias abas abertas, cada uma com conteúdo diferente da outra, se no celular, lemos uma notícia, depois respondemos um whatsapp, depois tiramos uma selfie, a cada minuto mudamos o foco da nossa atenção. Ou seja, ficamos cada vez mais dispersos!
“Um dos estudos descobriu que pessoas que checam seus telefones constantemente esperando mensagens e outras notificações reduziram a massa cinzenta em certas áreas do córtex pré-frontal que estão associadas à manutenção do foco diante de distrações”
A memória nem se fala, hoje quem decora número de celular? Se nossos contatos desaparecessem do celular, provavelmente só saberíamos uns 5 números de cor, o restante não lembraríamos de jeito nenhum. Os aplicativos nos mandam lembretes e notificações o dia todo, nos lembram de tomar água, de se exercitar, ou despertar… Os gadgets e a internet se tornaram a nossa memória externa. Para que se preocupar com uma lembrança se o meu celular garante por mim?
A pesquisa também relatou que quando estudamos ou buscamos algo online, nossa capacidade de reter a informação perdura por muito menos tempo comparado a um estudo tirado de um livro por exemplo. Lembra quando precisávamos ir na biblioteca do colégio e buscar nas enciclopédias as respostas para os trabalhos? Você lembra de algo que aprendeu de uma enciclopédia? E da sua última pesquisa no google, o que lembra?
“Os pesquisadores sugerem que este efeito pode ser causado pelo fato de que a rede social incentiva as pessoas a manter um grande número de conexões sociais fracas, exigindo uma maior capacidade de relacionar nomes com rostos. Antes do advento das mídias sociais, as pessoas tendiam a ter relacionamentos mais profundos com uma rede menor de pessoas e, portanto, requerem adaptações diferentes nas regiões sociais do cérebro.”
Sem falar na nossa sociabilidade, o quanto ela vem diminuindo. Deixamos de conversar com as pessoas à nossa volta para conversar com as pessoas online. Logo logo deixaremos de apreciar os pores do sol, o mar, o céu, para apreciá-los online. O maior problema que a internet faz conosco não é um dano cerebral, é nos tornar alheios a vida, ao que passa a nossa volta. A beleza dos pequenos detalhes, os simples gestos de amor, cortesia. Não queremos aqui anular os enormes benefícios que a tecnologia nos traz, mas é importante que fiquemos atentos para que a internet não nos desconecte dos nossos próprios corações.