“Nada é permanente, exceto a mudança”.
Heráclito
A maioria de nós não é muito fã das mudanças. Ao imaginar todo o trabalho que envolve uma mudança, cansa só de pensar! Imagine só, mudar de casa, de apartamento, de trabalho, de cidade, de escola, de curso… São vários dias dedicados exclusivamente para conseguir finalizar, fora a papelada que normalmente envolve essas mudanças, e sem contar as saudades que ficam nos lembrando daquilo que não queríamos deixar para trás.
A mudança não é simples, e afirmamos isso considerando apenas o aspecto mais visível e prático dela: a mudança física. Mas e os aspectos mais sutis? Imagina mudarmos de opinião, mudar nossa forma de lidar com a vida, mudar uma conduta, talvez até mudar um defeito ou abandonar o desejo que nos prende a algum vício. Essas sim exigem muito de nosso esforço, são trabalhosas e cansativas, e talvez essas nos aterrorizem ainda mais do que as mudanças de casa e de cidade.
É curioso observarmos como temos uma verdadeira rejeição às mudanças. Mais que curioso, essa nossa rejeição é até antinatural. Afinal, o que não muda na Natureza? Como diz o filósofo Heráclito, a única constante na natureza é a mudança. Se toda a Natureza passa por esse processo, sempre nos leva a conclusão de que, na verdade, este não é um simples fenômeno, mas uma Lei. E se toda a Natureza é regida sob esta Lei, como poderíamos estar separados dela?
Costumamos nos apegar às nossas opiniões, às nossas formas de ver o mundo, ao nosso jeito de lidar com as pessoas. Quanto mais experiências vivemos, ao invés de sermos flexíveis e nos abrirmos para o novo, para ficarmos mais sábios, nós ficamos mais “calejados” e mais traumatizados, nos apegando ainda mais a essas formas rígidas e antigas. Nós tentamos manter a nossa forma de ser fixa e constante, num mundo em que nada é fixo, apenas as mudanças. As 4 estações da Natureza nos mostram isso, os animais com suas trocas de pele também, e até o nosso próprio corpo nos ensina isso. Passamos pela troca da dentição durante a infância, a fibra do nosso cabelo também se altera com o tempo, e até as células epiteliais se renovam constantemente. Então, por que não aceitarmos e respeitarmos a mudança? Ou melhor ainda, por que não amarmos as mudanças?
Fonte: Instagram @sigocomfe
Quando alguém que não vemos a longa data se aproxima para comentar “você mudou”, esse comentário costuma vir em tom de crítica, parece que as pessoas à nossa volta também querem que fiquemos no mesmo formato sempre, estáticos. Mas se nem nossas células permanecem assim, porque nossas ações deveriam permanecer? Como mostra a ilustração acima, devemos ter uma verdadeira alegria quando nos apontam que mudamos nossa forma de ser. Pois, como já comentamos, não tem como haver mudança positiva sem esforço. Se foi notada a mudança, e se você sente que se tornou uma pessoa melhor com isso, é porque foi o resultado de uma série de esforços feitos cotidianamente.
Não temos que ter orgulho em agir sempre da mesma forma, temos que ter orgulho em sempre sermos conscientes e sabermos nos posicionar quando necessário. Precisamos ser mais flexíveis, mais abertos à experiências novas e à novas formas de pensar. Como diz Stephen Hawking: “Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”, que sejamos todos inteligentes então! Que sejamos naturais, no melhor sentido da palavra, e participantes ativos dessa Lei da Natureza que abarca dos menores insetos aos maiores astros. Que estejamos sempre dispostos à mudança, pois muito crescimento, evolução e coisas positivas podem surgir disso!