Um dos mais premiados curta-metragens de 2010, “The Butterfly Circus” fala de como podemos crescer quando nos lançamos na Vida até os nossos últimos limites, sem nos colocarmos no lugar de vítimas.
A história se passa por volta da década de trinta nos Estados Unidos, quando Will, um jovem com uma síndrome rara que não tem os braços nem as pernas, é exposto em um parque de diversão como uma espécie de aberração da natureza. Cada apresentação era uma sessão de tortura psicológica, humilhação e sofrimento intenso daquele jovem. A plateia jogava objetos nele e zombava de sua condição. Todos os dias ele nutria aquele sentimento de vítima, vivia triste, achando que tudo estava errado com ele.
Até que um dia uma trupe de um circo chamado “Butterfly” (Borboleta) visita o parque e o jovem Will se esconde na bagagem deles. Quando chegam ao seu destino, a trupe se depara com aquele pequeno homem entre as malas, e o aceitam como parte do grupo. Daí para frente a Vida de Will vai mudar. Pois o dono do circo trata-o não como vítima, mas como alguém que tem muito potencial, mas que precisa descobrir isso.
Esse enredo apresenta duas fases na Vida de Will e essas fases correspondem a dois aspectos comportamentais que todos nós temos. A fase do parque, onde ele era exposto e humilhado, representa aquele elemento nosso que se sente vítima, que faz com que tenhamos pena de nós mesmos, já a fase do circo “Butterfly” representa o aspecto em nós que nos leva a sair desse lugar de vítima e a construir o nosso próprio destino.
No parque Will é visto como uma aberração, da qual até Deus havia se esquecido; no circo, Will não é tratado como um deficiente, mas como uma pessoa igual às outras. A sua deficiência dificulta a sua Vida e o torna diferente, mas todas as pessoas da trupe também tem as suas características únicas e passaram por dificuldades. É assim que Mendez, o dono do circo, ensina: “Quanto maior a luta, mais glorioso é o triunfo”.
Tem uma cena muito interessante em que toda a trupe está atravessando um rio cheio de pedras e todos atravessam, menos Will, em razão da sua falta de membros, mas ninguém o ajuda. A princípio parece meio cruel, mas era o que ele precisava para descobrir seu potencial. Vendo que ninguém iria ajudá-lo, ele resolve encarar a travessia sozinho, atingindo o máximo de seus limites. E quando começa a comemorar, pois está conseguindo, acaba deslizando e caindo na água. Diante da iminência da morte, por afogamento, Will descobre que mesmo sem braços e sem pernas, ele consegue nadar. E essa foi a sua grande descoberta, pois é daí que nasce um grande artista circense com um número espetacular em que salta de uma altura enorme dentro de um tanque cheio de água. A sorte de Will é invertida ali, naquele momento de extrema dificuldade. Agora, o seu papel no espetáculo e na Vida, não é mais como alvo de ridicularização ou pena das outras pessoas, mas sim como um símbolo de Heroísmo, Força e Superação, que traz Inspiração e Esperança para todos que o assistem.
Esse curta nos dá uma grande lição, nos mostra que podemos mais do que acreditamos que podemos. O que nos atrapalha é a nossa autopiedade, o sentir pena de si mesmo. Por vezes nos colocamos no lugar de vítima, pois isso atende ao nosso comodismo, nossa zona de conforto. É mais cômodo não agir e não crescer usando como justificativa as nossas dificuldades. Mas não foi para isso que nascemos.
É preciso esgotar nossos últimos limites, nós sempre podemos mais. A Natureza é econômica, ela só potencializa quem precisa da potência. Se estamos sempre fugindo das dificuldades, optando pelo mais fácil, o menos pesado, a Natureza não vai gastar seus recursos conosco. Mas quando nos lançamos ao mundo com Coragem e Vontade de vencer, e quando vamos até os nossos últimos limites, aí a Natureza entra em cena e descobrimos Poderes Latentes inimagináveis.
Que esse curta possa mudar o nosso jeito de encarar a Vida. Que possamos terminar esses vinte minutos de filme mais Fortes, mais Valentes e mais Encorajados para vencer as dificuldades da Vida.