Estamos mais do que acostumados com fogos de artifício, música, muita comida e bebida para marcar a virada do ano aqui no Brasil. Isso também faz parte das comemorações em boa parte do mundo, mas não da mesma forma. Muitos países sequer comemoram no mesmo dia que nós. Há diferentes calendários, diferentes culturas, diferentes tradições e significados.
Cada cultura segue seus próprios costumes, que evoluem, mudam, e se adaptam aos novos tempos. Muitas vezes essas culturas se misturam, e acabamos incorporando uma série de superstições na virada de ano que sequer sabemos de onde vêm ou qual seu significado, mas que guarda a mesma ideia de um ano melhor a partir de 01 de janeiro. Sejam as setes ondas do mar que temos que pular, ou os caroços de romã que temos que carregar conosco, ou a cor da roupa que vestimos, a verdade é que celebramos a Esperança, a Esperança de um novo ciclo, com novas oportunidades, novas descobertas e realizações.
Adotamos o calendário mais difundido no mundo, o gregoriano, inaugurado pela igreja católica em 1582. Ele se baseia na atividade do sol e das estações do ano, e mesmo em países que não seguem as tradições cristãs, é bastante conhecido e também utilizado não oficialmente. É através dele que sabemos que estamos prestes a entrar em um Novo Ano.
O calendário Hindu, por sua vez, não é apenas um, mas, trinta. Na Índia, adotou-se essa forma de unificar as diferentes contagens do tempo que variam de região para região, e que consideram festas hinduístas, budistas, jainistas e islâmicas, principais religiões encontradas no país. Sua comemoração equivalente ao ano novo no ocidente é o Diwali, ou “Festa das Luzes”.
Apesar de comemorado em três datas diferentes na Índia e em outros países como o Nepal, o significado é o mesmo, e as celebrações são parecidas. Trata-se de um momento para purificar-se através da chama das velas que decoram tudo que se vê, e para se afastar o mal jogando na fogueira o que representa doenças e qualquer tipo de impureza. Também é comum em alguns lugares, desenhar pegadas pela casa, até a porta do quarto de cada morador, simbolizando a entrada dos Deuses naquele lar.
Em Israel e para os judeus de todo o mundo, entretanto, em setembro de 2020 foi recebido o ano de 5781, que é contado a partir do Rosh Hashaná, que seria a data da criação do universo, quando Deus colocou no mundo Adão e Eva. As festas costumam ser envoltas em paz e reflexão a respeito de tudo que foi vivido no ano que se encerra, para que seja possível aprender e construir um ano novo de maneira mais sábia.
Já na China, o evento dura em torno de duas semanas e a data, para nós que usamos o calendário ocidental, muda todo ano, já que lá se seguem as fases da lua em relação ao movimento do sol. Durante esses quase quinze dias, os chineses, e outras populações asiáticas que também adotaram esse método, fazem uma grande limpeza e reorganização em suas casas, pagam dívidas, e consertam tudo o que consideram que precisa ser renovado no novo ciclo. Além, é claro, de muita dança, cores e festividades cheias de energia.
Embora possamos encontrar mais e mais formas de tornar Sagrada a passagem do ano ao redor do mundo, não iremos muito além de descobrir que a mensagem que se busca receber e transmitir é muito semelhante. Ao encerrar um ano, esperamos que o próximo seja próspero.
Se pudermos aprender um pouco com cada uma das tradições mais conhecidas, vamos refletir a respeito do que fizemos no ano que passou e qual foi nossa responsabilidade em tudo que experimentamos nos últimos meses, para que possamos nos purificar de todo o mal que nos envolve, assim como os judeus, atrair as Virtudes dos Deuses para dentro de nós, como os hindus, e nos esforçar para que o próximo ano comece sem tantos problemas não resolvidos do ano anterior e tenha um excelente recomeço, assim como os chineses.
Como todos os Homens que procuram não apenas um novo ano melhor, mas, uma Vida melhor, façamos a única coisa que está presente em todas as nacionalidades, culturas ou religiões para um mundo melhor, façamos o Bem.