A maternidade é uma experiência avassaladora na vida de qualquer mulher e, quando olhamos para como a mãe na cultura pop é retratada, percebemos que definir o que é ser mãe vai muito além do biológico: é acolher, proteger, educar e amar de formas múltiplas. Entre diferentes virtudes e papéis, a mãe acolhe, educa, protege e, acima de tudo, ama seus filhos. Sabendo da dificuldade de enquadrar essa ideia, que transpassa o aspecto biológico e social, a maternidade é uma verdadeira aula sobre como o amor pode ser expresso por diferentes vias.
A cultura de cada civilização tentou representar essas diferentes faces da maternidade a partir de histórias, narrativas e mitos. Não por acaso, no mundo atual, isso continua a ocorrer, agora através da arte. Quantas vezes, por exemplo, você já parou para pensar em como a figura da mãe é retratada na cultura pop? Filmes, séries e mitos sempre retratam de diferentes maneiras a figura da mãe, colocando em personagens modos de pensar, sentir e agir que refletem a pluralidade das maneiras de conceber a maternidade.

Seja na forma de uma deusa que comanda as estações, uma dona de casa com superpoderes emocionais ou uma guerreira pronta para enfrentar o apocalipse, a mãe está lá, movendo o enredo, sustentando a moral da história e, muitas vezes, salvando o dia.
Foi pensando nas diferentes maneiras de ser mãe que hoje exploraremos o arquétipo da mãe através de personagens da mitologia, do cinema, das séries e do cotidiano. A ideia é simples, mas profunda: quem é a sua mãe na cultura pop? Ao olhar para essas mulheres ficcionais, talvez você se veja nelas, ou reconheça a sua mãe, avó ou tia, pois, por trás de toda ideia que enxergamos nas telas e narrativas há uma realidade que se plasma em atitudes cotidianas.
O que é um arquétipo?
Antes de mergulharmos nos personagens que retratam bem a figura materna na cultura pop, devemos entender o que estamos chamando de arquétipo. Esse é um conceito advindo da psicologia analítica de Carl Jung e se refere a padrões universais de comportamento, imagens ou símbolos que residem no inconsciente coletivo, ou seja, são compartilhados por todas as culturas e tempos.
Na perspectiva de Jung, que também foi usado por mitólogos e outros especialistas em simbologia, esses modelos primordiais aparecem em mitos, contos, religiões e, claro, na cultura pop, que, via de regra, apesar de parecer uma forma cultural massificada, também dialoga diretamente com essas imagens que orbitam em nosso imaginário. Um dos arquétipos mais comuns é o da mãe, que simboliza a nutrição, a proteção, o cuidado, mas também o sacrifício, a força e, por vezes, a ausência. Não por acaso, em muitas abordagens psicológicas, a relação com a mãe (ou com o pai) é fonte de uma série de traumas, medos e desejos de cada ser humano.
Dito isso, fica perceptível que esse arquétipo também estaria presente na criação de obras e narrativas, afinal, estas também são produzidas por outros seres humanos. Sendo assim, na ficção, essas representações ajudam a traduzir aspectos profundos da experiência humana: mães guerreiras, amorosas, rígidas, superprotetoras ou até mesmo mágicas. Cada personagem materna carrega um fragmento desse arquétipo e isso permite enxergar, sentir e refletir sobre a complexidade do que é ser, de fato, mãe. Comecemos, então, a conhecer alguns destes arquétipos.
Deméter: a Mãe que alimenta o mundo em prol dos seus filhos
A mitologia é um campo fértil para enxergarmos os arquétipos maternos. Deméter é uma deusa da mitologia grega responsável pelas colheitas e pelo ciclo da vida. Além de ser uma deusa agrícola, ela também representa a mãe que nutre e protege seus filhos. Não por acaso, em algumas representações, Deméter é vista como uma grande mãe, pois a vida das plantas e a colheita dependem de sua vontade.

Quando sua filha, Perséfone, é raptada por Hades, por exemplo, Deméter entra em um luto tão profundo que o mundo para de florescer. Dedicada a encontrar sua prole, a deusa viaja pelos quatro cantos do mundo em busca de respostas, porém, não encontra sua querida filha. É nesse momento que a terra seca e nada mais cresce nos campos. A tristeza dessa deusa é tão profunda que causa grande dor em tudo à sua volta. Graças a Zeus e Hermes, Deméter consegue reencontrar sua filha e a vida volta a florescer, criando assim as estações do ano e todo o ciclo da natureza de acordo com a mitologia grega.
Entretanto, esse mito é mais do que uma explicação mitológica das estações do ano. Ele fala sobre a dor da separação, a saudade e o poder transformador do amor de uma mãe. Quantas mulheres, hoje, vivem esse arquétipo sem perceber? E quantas mães colocam os filhos como sua única razão de viver, ao ponto de que se já não estiverem ao seu lado, os danos emocionais podem ser gigantescos, como o retratado no mito? Há incontáveis casos assim. Mães que se anulam, que entram em colapso emocional quando os filhos saem de casa, que vivem intensamente cada passo da maternidade como se fosse uma extensão de si. Essa é a famosa síndrome do ninho vazio, que assola a maternidade.
Visto isso, Deméter nos mostra o perigo e a beleza de ser tudo para alguém. Se por um lado é belíssima a atitude de sacrifício em prol dos nossos filhos, algo que realmente é uma característica do amor, por outro é importante entendermos que, quando mal canalizado, esse amor pode nos levar ao esgotamento e à perda de nossa própria identidade. No mundo real, vemos mães que renunciam à carreira, aos sonhos, à vida social, para se dedicarem exclusivamente aos filhos. Mais uma vez ressaltamos que essa dedicação absoluta é admirável, mas pode se tornar sufocante para ambos.
Como encontrar o equilíbrio? Deméter ensina que, mesmo após a dor, é possível florescer novamente: basta aceitar que os filhos não são nossos e que devem seguir seus próprios caminhos. Para quem ficou curioso para conhecer com mais profundidade a história de Deméter e seus simbolismos, em nosso portal temos um texto exclusivo sobre essa divindade grega. Você pode acessá-lo clicando aqui.
Frigg: a mãe que tenta proteger os filhos a todo custo
Ainda no campo da mitologia, falemos de outro arquétipo da mãe. Nos mitos nórdicos, Frigg é a esposa de Odin e mãe de Balder, o deus da luz. Certa vez, ao saber que a morte do seu filho seria o estopim para o início do Ragnarok – o “fim do mundo”, na visão dos antigos povos nórdicos – ela decide salvá-lo a todo custo. A deusa tenta protegê-lo de todo e qualquer perigo que exista no universo para que seu filho seja imortal.

Frigg conversa com todos os tipos de seres que existem no cosmos e faz com que todos eles jurem que jamais machucarão Balder. Entretanto, a única exceção a esse grande acordo cósmico é o visco, uma pequena planta que, de tão inofensiva, foi deixada de lado por Frigg por perceber que pela sua pequenez jamais poderia machucar um deus. Entretanto, é justamente essa brecha que leva à tragédia: Balder morre por uma flecha de visco, atirada pelo deus Loki. Esse evento é o que leva ao início do Ragnarok.
Qual arquétipo essa divindade representa? Se mostra evidente que Frigg é a mãe que busca proteger seus filhos a todo custo, ao ponto de tentar mudar o próprio destino. A dor dela é a dor de milhares de mães que observam os filhos enfrentarem o mundo, sabendo que elas não podem protegê-los de tudo. Quantas vezes nossas mães são “obrigadas” a assistir as decisões que tomamos e tentam interferir, pelo nosso bem, no caminho que escolhemos? Essa superproteção é natural e uma forma genuína de amor, afinal, as mães buscam sempre o melhor para seus filhos.
De modo objetivo, na vida cotidiana muitas mulheres se parecem com Frigg. Desejam a todo custo evitar que os filhos se machuquem, mesmo sabendo que a dor faz parte do nosso processo de evolução. Ainda assim, tentam colocá-los em uma situação tão confortável que nada possa atingi-los, mesmo sabendo que isso é impossível. Esse arquétipo se transforma em gestos silenciosos, como o de colocar a comida no prato, de lavar a roupa suja, arrumar o quarto e blindar o filho dos perigos do mundo.
Entretanto, esse arquétipo, quando mal canalizado, acaba fragilizando o filho que, ao não aprender a lidar com tais experiências na infância, precisará passar por verdadeiras provas na fase adulta. Nesse sentido, é fundamental que aprendamos a proteger os nossos filhos contra tudo, mas sem deixá-los enfraquecidos perante a vida.
Caso você deseje aprofundar seus conhecimentos acerca do mito que acabamos de contar, também temos em nosso portal um texto exclusivo sobre Balder e sua relação com Frigg. Para ir até o texto basta clicar aqui.
Sarah Connor: a Mãe guerreira
Saindo do campo mitológico e adentrando ao cinema, temos Sarah Connor, da franquia “O Exterminador do Futuro”. Essa é talvez uma das mães mais marcantes do cinema de ação, visto a popularidade dos filmes e sua repercussão até os dias atuais. Para quem não conhece a história do filme, tudo começa quando Sarah descobre que seu filho John será o salvador da humanidade e que ela precisará garantir a segurança dele. A grande ideia do filme é que John, o filho de Sarah, ainda não nasceu e ela precisa protegê-lo mesmo sem ainda o ter concebido.

Assim, ao lidar com a perseguição de assassinos, Sarah deixa de ser uma simples garçonete comum e passa a ser uma guerreira implacável. Devido ao cenário de caos em que é colocada, Sarah não tem tempo para afetos do modo que esperamos de uma mãe, pois antes de tudo precisa garantir que seu filho seja forte e capaz de sobreviver aos percalços que enfrentará. Logo, sua missão é treinar John para sobreviver.
Esse é o arquétipo da “mãe guerreira” que, muitas vezes, é mal compreendida. O fato de ter atitudes mais fortes, de maneira mais rígida e geralmente sem (ou poucos) afetos, cria uma aparente repulsa aos olhos alheios. Porém, dentro do contexto em que vive e pela necessidade de formar filhos capazes de atuar no mundo e sobreviver, essa forma rígida é, no fundo, uma grande demonstração de amor.
Essa figura ressoa profundamente com mães que criam filhos sozinhas em contextos de violência, pobreza ou marginalização. Mulheres que precisam endurecer para ensinar os filhos a não baixar a guarda, para que os filhos possam sobreviver ao contexto em que estão inseridos e não serem tragados pelo mundo. Nesse sentido, Sarah representa a mãe cuja maternidade vira uma missão. Ela sacrifica o próprio emocional em nome da sobrevivência do filho.
Isso nos faz pensar: quantas mulheres precisam se transformar em verdadeiras guerreiras para garantir que seus filhos sigam um bom caminho na vida? Sacrificar esse lado materno que é mais carinhoso é, de modo geral, extremamente difícil, no entanto, se faz necessário diante das circunstâncias. Sarah é, portanto, a força crua da maternidade em seu modo mais selvagem e também a beleza de um amor que se expressa em preparo e não em palavras.
Joyce Byers: a Mãe que acredita no impossível
Outra grande mãe que ganhou os holofotes na cultura pop foi Joyce Byers, da série “Stranger Things”. Ela é o retrato da mãe que se recusa a aceitar a ausência do filho como fim da história. Quando Will desaparece em circunstâncias estranhas, todos ao seu redor acreditam que ele está morto e que não há mais nada a ser feito. Entretanto, Joyce não aceita essa narrativa e segue procurando por seu filho. Sua fé na conexão emocional com o filho é tamanha que ela começa a se comunicar com ele através de luzes de Natal penduradas na parede da sala, uma vez que Will estava preso no que é chamado na série de “Mundo Invertido”.

O fato de Joyce não desistir do seu filho lembra um pouco o mito de Deméter, que também procura por Perséfone, porém, Joyce não desiste de sua busca, e a fé que possui em encontrar Will alimenta todos de esperança. A partir dessa perspectiva, Joyce representa a intuição materna levada ao extremo, algo que só uma mãe consegue perceber. Seu comportamento, considerado “louco” pelos outros, é um reflexo da determinação de muitas mães que enfrentam médicos, escolas, parentes e até o sistema para defender seus filhos.
No dia a dia, é perceptível esse arquétipo em muitas mães. São aquelas que percebem mudanças de humor nos filhos antes que eles digam uma palavra: basta olhar para eles e já saber que existe algo de estranho acontecendo. E isso não é apenas uma boa leitura da linguagem corporal de seus filhos, mas uma verdadeira conexão que faz vibrar quando algo está errado, mesmo à distância. A maternidade, aqui, é retratada como uma ligação mística, um fio invisível que não pode ser cortado nem pelo tempo, nem pela distância, nem mesmo pela morte.
Martha Kent: A Mãe que educa verdadeiros heróis
Essa é, talvez, uma das mães mais famosas da cultura pop. Martha Kent, a icônica mãe adotiva de Clark Kent (o Superman), é a mãe que cria um ser de outro mundo – literalmente um alienígena – com princípios humanos.

Embora Clark venha de outro planeta e tenha poderes que o tornam praticamente um deus, é graças a Martha (e Jonathan Kent) que ele se torna um herói ético, compassivo e extremamente humano. Nesse sentido, Martha é o arquétipo da mãe enquanto educadora, responsável por apresentar os melhores valores aos seus filhos e fazer com que eles os sigam de maneira responsável.
É interessante notar que esse papel pedagógico, desde as culturas antigas, foi colocado ao cargo das mães. Dentro do seio familiar, por exemplo, essa era uma responsabilidade materna, enquanto o prover estava ligado à figura do pai. Assim, com base nessa lógica, Martha transforma um kryptoniano em um exemplo de ser humano. É graças ao seu esforço e amor que Clark, ao descobrir suas habilidades, não se torna um tirano que usa seus poderes para massacrar e realizar seus desejos, mas sim um aristocrata que se coloca à serviço de toda a humanidade.
Visto isso, Martha simboliza a mãe que orienta com firmeza e amor, aquela que ensina valores que moldam o caráter dos filhos, sem perder a ternura e seus objetivos. Acima disso, outra grande lição aqui é a de que não é preciso ter laços biológicos para ser mãe, basta ter amor e disposição para ensinar.
E quantas mães não são assim? É provável que conheçamos algumas dezenas de Marthas em nossa vida cotidiana. Mães que estão sempre ali, oferecendo café, escutando sem julgar, enxugando lágrimas dos seus filhos e redirecionando-os para seguir o caminho das virtudes. Essas são mães que, via de regra, ensinam através das suas atitudes e não apenas através de palavras, que estão ao lado dos filhos mesmo nas horas mais difíceis.
Molly Weasley: a Mãe que acolhe todos
No Universo de Harry Potter, uma das franquias de cinema e literatura infanto-juvenil de maior sucesso do século, Molly Weasley, é a mãe de sete filhos e ainda assim encontra espaço para acolher Harry, o protagonista, como um dos seus. Ela representa a mãe coletiva, aquela que expande o amor além dos laços de sangue, que abraça quem precisa, que faz de sua casa um refúgio para todos. É, sem dúvida, o melhor exemplo do ditado “coração de mãe sempre cabe mais um”.

De fato, Molly mostra que o coração de uma mãe não tem limites e que o amor, em sua forma genuína de cuidado e proteção, sempre é capaz de expandir seus horizontes. A sua generosidade, cuidado e firmeza a tornam um dos personagens maternos mais queridos da cultura pop, o tipo de mãe que todos têm ou que sentem-se confortáveis ao conhecer.
Entretanto, Molly não é só acolhedora: ela também é defensora feroz de sua família. Seu momento mais icônico, talvez, seja quando enfrenta a bruxa Bellatrix Lestrange, que tenta destruir seus filhos. Assim, a carinhosa mãe se torna uma verdadeira fera ao defender sua prole. Aqui vemos o arquétipo da mãe leoa, que protege com unhas e dentes.
Não precisamos dizer o quanto o arquétipo de Molly está presente na vida real. É extremamente nítido que essa forma de amar, acolher e proteger está presente em nosso cotidiano. É provável que tenhamos conhecido mães de amigos que, hoje, vemos como uma segunda mãe e que nos tratam, de fato, como filhos. Na vida real, Molly representa aquelas mulheres que acolhem sobrinhos, vizinhos, netos, amigos dos filhos e que ainda assim encontram forças para manter tudo em pleno funcionamento.
Lorelai Gilmore: a Mãe que também é amiga
Outro arquétipo materno é a mãe que é amiga. Nela não apenas encontramos o carinho e amor próprio da vida materna, mas também procuramos conselhos e para ser uma verdadeira companheira ao nosso lado. Esse é o caso de Lorelai, da série Gilmore Girls. Na história, ela virou mãe aos 16 anos, o que a deixa com uma idade relativamente próxima à da sua filha, Rory. Ao longo da série, elas desenvolvem uma relação única, baseada na amizade, cumplicidade e diálogo. Logo, Lorelai não é uma mãe tradicional, rígida e que hierarquiza de maneira muito objetiva sua posição frente aos filhos. Ela é a mãe amiga, aquela que ri com a filha, assiste filmes, divide inseguranças.

Esse modelo de maternidade, muito em alta na geração atual, nos dá uma nova referência de como educar e criar laços com nossos filhos. Além disso, tal modelo nos mostra que criar um filho também pode ser uma jornada conjunta de crescimento, afinal, é exatamente isso que ocorre ao nos tornarmos pais e mães: passamos a crescer junto com essa experiência.
Entretanto, em modelos familiares mais tradicionais, esse crescimento é solitário, com pouca partilha, de forma quase silenciosa. Já no caso de Lorelai isso não ocorre. É uma mãe que, assim como todas as outras pessoas, erra, acerta, chora e tenta de novo, mas faz tudo isso na frente da filha. É uma maternidade transparente, humana, e repleta de afetos.
Como todo arquétipo, porém, essa relação também levanta questões: até que ponto é saudável ser amiga do próprio filho? Quando a cumplicidade vira permissividade? É importante relembrar sempre que o papel de mãe é, antes de tudo, a de ser mãe. Ser “amiga” dos filhos é uma postura louvável, desde que ela saiba manter o respeito e consiga transmitir seus valores para a sua prole. Essa é, entre outras, uma das grandes indagações de Lorelai durante a série. Assim, sua história nos lembra que não existe uma fórmula única para criar um filho, da mesma forma que não há uma única maneira de ser mãe.
Rochelle Rock: a Mãe que sempre tem uma resposta afiada
Por fim, chegamos ao último e talvez o mais bem humorado dos arquétipos: Rochelle Rock, a icônica mãe de Chris na série “Todo Mundo Odeia o Chris”. Ela é, sem dúvida, a personificação da mãe que educa com pulso firme e língua afiada. Ela grita, exagera, faz drama, mas tudo isso vem recheado de amor e carinho, vem de alguém que realmente se preocupa em formar um bom cidadão. Junto a isso está o seu humor brilhante, que, à sua maneira, é um modo de proteger e educar seus filhos.

Todos nós conhecemos uma Rochelle em nossas vidas – ou várias. Ela é aquela mãe que te manda arrumar o quarto aos berros, mas também briga com a escola se você for tratado com injustiça. Ela defende seus filhos com unhas e dentes, mas dentro de casa é a pessoa que mais impõe respeito e os faz seguir uma forte disciplina.
Sem dúvida, Rochelle representa milhões de mães brasileiras que entregam suas vidas em prol da criação dos filhos e que, apesar de todas as adversidades que a vida lhes submete, são capazes de superar desafios para manter os seus valores e ensiná-los aos filhos. Apesar de ser uma personagem em uma série de humor, o que reflete um tom muitas vezes caricatural, Rochelle é o retrato de uma forma de maternidade real: a da mulher que ri, enquanto carrega o mundo nas costas.
Por fim, depois de conhecer tantas mães diferentes, vem a pergunta inevitável: com qual delas você mais se identifica? Talvez sua mãe tenha sido uma mistura de Martha Kent e Rochelle, calma por fora, mas explosiva quando precisava proteger você. Ou talvez você mesma se sinta como uma Lorelai, tentando equilibrar a amizade com os desafios de ser mãe. A verdade é que não existe uma única maneira de maternar. Os arquétipos que a cultura pop nos oferece servem como espelhos: cada um refletindo uma parte da experiência real. Porém, independente de qual parte seja, o que importa é reconhecer que toda mãe, à sua maneira, é uma história viva de amor, esforço e transformação.
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