Curta “Cuerdas”: a força das crianças

No curta “Cuerdas” podemos acompanhar a história de Maria, uma menina simpática e incrivelmente proativa na arte de ajudar o outro. Ela não vê as diferenças como empecilhos ou dificuldades para que possa servir aos seus amigos, principalmente aos que mais precisam dela. Maria nos ensina que as crianças não são adultos em miniatura, mas que elas têm uma maneira especial e particular de ver o mundo.

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O curta nos mostra uma lição importante: não devemos cobrar das nossas crianças responsabilidades que não pertencem a elas, nem muito menos reprimi-las em seus talentos naturais. É óbvio que impor limites é algo extremamente necessário para que possamos educá-las, pois não dá para esperar que elas possam se desenvolver sozinhas, por mais inteligentes que sejam. Entretanto, não podemos esquecer que somos espelhos para essas criaturinhas fofinhas. Inevitavelmente, toda criança quer ser igual aos seus pais ou responsáveis quando crescer, afinal, somos a maior referência de Ser Humano que nossos filhos podem ter nessa fase inicial da vida. Portanto, devemos nos questionar: será que os exemplos que eu estou dando para os meus filhos estão ajudando a torná-los “pessoas do bem”?  Reflitamos sobre isso. 

Se observarmos o comportamento dos nossos pequenos, veremos que eles já trazem consigo, de uma maneira inexplicável e até mesmo quase “milagrosa”, características que pertencem só a eles. Temos visto cada vez mais crianças que, do alto de suas purezas e inocências, nos surpreendem com as suas perguntas, comentários e atitudes. Muitas vezes ficamos de “queixo caído”, pensando: Onde foi que esse(a) menino(a) aprendeu isso?    

Acreditamos que a cada geração a humanidade vem melhorando em todos os sentidos, o que parece ser algo absolutamente natural no que se refere à evolução. Isso parece ficar mais claro quando vemos a nossa “galerinha” se comportando muitas vezes até melhor do que nós mesmos, mas é evidente que é fundamental que o estímulo ao bom, belo e justo seja eterno, o que, infelizmente, ainda não é uma realidade em nossa sociedade.

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Não vamos entrar no mérito de que essas características devam ser uma herança genética ou até mesmo espiritual. O fato é que estamos caminhando para nos tornarmos uma sociedade composta por homens e mulheres cada vez mais comprometidos com a Justiça, a Harmonia, o Respeito e a Solidariedade. Certamente, porém, é possível que as notícias e os fatos do cotidiano nos passem a impressão de que isso não está ocorrendo. Pelo contrário, parece que estamos “descendo a ladeira” ainda mais a cada geração. Entretanto, por mais que vivamos em um cenário problemático e tenhamos uma série de desafios pela frente, é inegável que avançamos enquanto sociedade. Há 70 anos, por exemplo, pessoas brancas e negras não poderiam se casar; se formos mais longe, há 150 anos ainda existiam pessoas escravizadas. Há menos de 40 anos, um homem poderia matar sua mulher e alegar “defesa da honra”, mas o contrário jamais poderia ser realizado. Assim, mesmo que a passos lentos, estamos progredindo.        

Pensando sobre isso, o mundo dos adultos pode ser um lugar bem complicado para quem ainda não cresceu o suficiente para ir à escola sozinho. Muitas vezes, ao colocarmos as crianças em uma realidade que não é própria da sua idade, acabamos por contaminá-las com problemas que não são os dela. Portanto, observe-os com atenção. Assim como Maria, toda criança já mostra, desde cedo, em suas personalidades, as Virtudes que a natureza lhes deu. Cabe a nós incentivá-las naquilo que elas podem e devem desenvolver ainda mais. Devemos respeitar as características que nelas percebemos, e dar-lhes as oportunidades para que possam desenvolver e ampliar ainda mais os seus dons. Impor limites não quer dizer reprimir, mas orientar, corrigir, mostrar a maneira certa de aproveitarem da melhor forma os seus potenciais.

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Assim como a canção de Gonzaguinha, devemos sempre ficar “com a pureza da resposta das crianças”, elas talvez ainda não possam racionalizar a respeito do que pensam ou acreditam saber, mas não podemos esperar de uma “pessoinha”, que ela tenha o mesmo entendimento que nós sobre as coisas que as cercam. Por outro lado, não menosprezemos ou duvidemos da fala ou da atitude de uma criança, pois elas podem até não saber o que estão fazendo ou dizendo, mas tenhamos certeza de que estão sentindo tudo aquilo que as rodeiam.

Quem dera que nós também pudéssemos enxergar o mundo através dos olhos de uma criança. Talvez isso não seja possível, mas podemos nos responsabilizar com a tarefa de contribuir para que os nossos rebentos não percam a sua Pureza, e não deixem de viver inspirados pela Verdade. Levaremos por toda a vida os ensinamentos das vivências que tivemos nas nossas infâncias. Por isso, continuemos a ajudar os nossos filhos a terem uma vida repleta de Virtudes Morais e com uma conduta digna e honesta, para que eles possam se tornar a melhor versão de um Ser Humano comprometido com o bem-estar de todos.                                                         

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