Não podemos confiar em nossos sentidos. Claro que é graças a eles que conseguimos sentir e captar o mundo e que, certamente, sem eles nossa Vida seria muito mais difícil. Entretanto, eles são extremamente limitados. Se pegarmos a audição, por exemplo, perceberemos que o que conseguimos escutar é uma pequena faixa de frequência entre o que é chamado de infrassom e o ultrassom. Os cães, por outro lado, já conseguem escutar sons que não captamos. E esse é apenas um exemplo de um dos nossos sentidos.Se investigarmos mais, iremos perceber que, em algum grau, todos os sentidos deixam a desejar ou nos limitam. Por isso que os filósofos gregos buscavam compreender o mundo pelo uso da Razão, uma vez que, nela, os limites impostos pelos sentidos não se atribuíam.
Vez por outra, na internet, surge uma brincadeira que confunde e gera polêmica. Já foi acerca de vestidos mudando de cor ou sapatos, mas é curioso o fato de que nosso cérebro, a depender da situação, interpreta a imagem de maneira distinta. Essa falsa interpretação que acontece no nosso cérebro, faz a imagem observada ser, de fato, diferente do que ela realmente é.
Um outro exemplo muito famoso, e nesse é onde nos deteremos mais hoje, são as ilusões de óptica. Elas ocorrem quando o nosso cérebro é enganado por uma imagem. Elas causam uma confusão momentânea e acreditamos ver algo que, na realidade, não está ali. Ou, pelo menos, não está daquela maneira que vemos.
Observe a imagem abaixo:
Essa é uma ilusão de óptica fisiológica. Ela tem essa classificação por causar a impressão de movimento, uma interpretação errada do nosso cérebro ao ver tantas imagens parecidas. Muitas vezes enxergarmos algo, interpretamos de forma errada e, por consequência, chegamos a conclusões equivocadas. Isso já aconteceu com você?
A reflexão acerca das ilusões de óptica se aproxima da filosofia de Platão e do Mito da Caverna. Assim como os prisioneiros da caverna, nós vivemos em um mundo de aparências, limitados a conhecermos apenas a sombra imperfeita do Real, vivemos, de fato, em um mundo cheio de ilusões. Achamos que compreendemos o mundo quando, na verdade, estamos apenas vagando perdidos dentro da caverna e nos entretendo com o suposto “conhecimento” advindo das sombras. Mais uma vez, seja numa ilusão de óptica ou num aspecto mais profundo da Vida, nossos sentidos nos enganam.
Por isso não podemos nos limitar a conhecer o mundo apenas pelo aspecto sensorial. Seria imprudente acreditar apenas no que enxergamos, tocamos ou sentimos a partir de um dos nossos cinco sentidos. Se assim o fosse, deveríamos desconsiderar toda a Vida que existe a nível microscópico, como bactérias e vírus, pois não é possível vê-las à olho nu. E mesmo que não acreditássemos nessas formas de Vida elas, ainda assim, existiriam e coexistiriam conosco. Por fim, se faz necessário colocar em xeque o quão confiável são nossos sentidos. Mais seguro, provavelmente, seria nos relacionarmos com o mundo através de idéias, do raciocínio lógico e, principalmente, da vivência destas em nosso cotidiano. Afinal, quando nossos sentidos nos enganam, resta-nos buscar refúgio no campo da razão. Que possamos, portanto, Refletir e Viver Ideias para construir, de forma Plena e Segura, uma realidade para além das margens limitantes dos nossos sentidos ilusórios.
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