Segunda, terça, quarta; 10, 11, 12; outubro, novembro; 2019, 2020, 2021… Estamos tão acostumados com a contagem dos dias, dos meses e dos anos da forma que utilizamos hoje, que sequer desconfiamos que nem sempre foi assim. O nosso calendário, a forma como padronizamos a contagem do tempo, já foi bem diferente do que é nos tempos atuais. Isso nos faz pensar sobre como lidamos com este aspecto tão importante nas nossas vidas: o Tempo.
Em 1582, o nosso calendário atual, conhecido como calendário gregoriano, foi estabelecido pelo Papa Gregório XIII, para substituir o antigo padrão. E para fazer esta mudança de calendários, 10 dias de outubro simplesmente foram retirados daquele ano – as pessoas foram dormir no dia 4 de outubro de 1582 e acordaram no dia 15 de outubro de 1582. A medida foi adotada para tentar alinhar a Festa da Páscoa, data importante para o mundo católico, com o equinócio de primavera no hemisfério norte, dia do ano em que a manhã e a noite tem a mesma duração.
O calendário gregoriano utiliza o ano solar como referência para a contagem do tempo, e esta medida de tempo nada mais é do que o período em que a Terra finaliza um ciclo completo de estações (primavera, verão, outono e inverno). O ano solar dura, em média, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos. A gente é acostumado a contar um ano simplesmente como 365 dias, mas ao fazer isso, sempre ficam sobrando algumas horas que não podem ser ignoradas. Por isso, a cada quatro anos, é necessário fazer um ajuste, o que conhecemos como ano bissexto, o ano com 1 dia a mais, o dia 29 de fevereiro.
Calendário Cósmico
O Papa Gregório XIII teve o apoio de vários astrônomos da época para encontrar esta solução e modificar o calendário que antes era utilizado, o calendário juliano, estabelecido pelo Imperador Romano Júlio César, em 46 a.c, e de origem egípcia. O calendário juliano era baseado no ciclo da lua. O mês lunar corresponde ao período de tempo entre duas lunações, aproximadamente 29,5 dias, o que fazia com que os inícios das estações do ano ficassem sempre adiantadas em relação aos anos anteriores, e este “desajuste” ia se acumulando a cada ano.
Calendário Egipcio
É importante lembrar que como uma medida católica, o calendário gregoriano foi bem aceito nos países de grande influência desta religião, mas enfrentou resistência em diversos outros países cuja tradição cultural tinha outros critérios, sendo adotado somente algum tempo depois, mais pelo valor prático do que pela questão religiosa. Durante a história da Humanidade, muitas outras civilizações também produziram seus próprios calendários, como os Islâmicos, os Maias, os Hindus e tantos outros povos, demonstrando que sempre houve esta necessidade de contagem do tempo, e que cada povo, dependendo das suas crenças e do seu modo de vida, foram aos poucos encontrando respostas às suas próprias necessidades.
Calendário Asteca
Se pararmos então para pensar que os calendários são formas encontradas, em diversos momentos históricos, por cada uma destas civilizações, para a contagem do tempo, perceberemos o quanto é superficial nos apegarmos a datas padronizadas pelos homens, esquecendo o que está para além delas, o tempo Real da Natureza.
Calendário Maia
Um grande exemplo disso é a polêmica do ano 1, pois foi estabelecido como o ano de nascimento de Jesus Cristo, fato que não temos comprovação de que ocorreu realmente nesta data. Outro exemplo é o que chamamos de pré-história, presumindo um atraso civilizatório de diversos povos que viveram neste período, mas que cada vez mais percebemos ser um equívoco. Através das descobertas arqueológicas, percebemos que mesmo na “pré-história” já existia um grande refinamento de artes, de leis, de tecnologia, como as músicas dos sumérios, a construção das pirâmides egípcias, etc. O que faz com que esse período chamado de “pré-história” seja no mínimo questionável.
Mulheres tocando flauta alaúde. Afresco encontrado no Egito
Os calendários surgiram de uma necessidade Humana de marcar o tempo, contá-lo e até mesmo percebê-lo passar. Desde tempos remotos até os dias de hoje, é importante percebermos o quanto necessitamos nos planejar, nos organizar e ter disciplina com relação a nossos compromissos e responsabilidades próprios de uma Vida Humana. Porém, como toda boa ferramenta, não podemos nos esquecer que os calendários não podem ser um fim em si mesmos. Não podemos nos prender ao tempo que é contado pelos relógios e calendários, precisamos ir além. Precisamos sempre estar atentos para perceber o que nos cabe fazer em cada momento, pois dessa forma, sempre dando o nosso melhor, e dando passos com Perseverança e Constância na direção apontada por nossa Alma, aprenderemos a nos Harmonizar com o tempo da própria Natureza, o tempo da própria da Vida.