Um gênio é alguém que se destaca de maneira formidável em uma determinada Arte ou área da Vida. É, em poucas palavras, alguém com uma habilidade de sintetizar o conhecimento e expressá-lo. Podemos tomar como exemplo Wolfang Amadeus Mozart, um gênio da música clássica, que desde os cinco anos já dominava instrumentos, fazia composições autorais e foi capaz de refinar ao máximo sua obra ao ponto de ser inspiração e influenciar a música até os dias atuais. Assim são os gênios e suas capacidades de transformação e inovação.
É disso, em parte, que se trata o filme “Gênio Indomável”. Escrito por Matt Damon e Ben Affleck, a obra retrata a história de Will Hunting, um jovem problemático que envolve-se em brigas, consumo excessivo de álcool e passagens pela polícia. Ele tinha tudo para ser um jovem rebelde, mas é dono de uma genialidade assustadora. Apesar de nunca ter tido uma educação de qualidade, de ter um lar desestruturado e uma série de problemas emocionais, sua capacidade de raciocínio, de solução de problemas matemáticos e compreensão de ideias é demonstrada no filme com precisão. Durante a trama, há diversos momentos em que sua genialidade é exposta e impressiona todos à sua volta.
O filme é repleto de cenas e diálogos marcantes, mas entre vários, tem um que merece destaque. Hunting está com seu amigo em um bar e resolvem conversar com algumas garotas. Seu amigo acaba por ser confrontado por um jovem acadêmico e está prestes a ser humilhado, por não ter uma educação formal aos moldes das grandes universidades dos Estados Unidos. Nesse momento, o genial Will Hunting toma a frente e defende seu amigo, discutindo e revertendo a situação frente ao agressor intelectual. A grande reflexão de Hunting se dá em demonstrar que o seu opositor apenas decorou frases e argumentos, mas que nenhuma de suas ideias eram próprias. Se pararmos para refletir sobre isso, vamos perceber que muitas de nossas ideias, talvez, não sejam nossas. Estamos pensando ou sendo pensados?
É justamente nessa reflexão que compreendemos o que são os gênios. Eles conseguem captar e sintetizar uma ideia e por isso transformam sua genialidade em Arte, pois conseguem ser Autênticos. Claro, isso não é um privilégio dos gênios, pois também podemos desenvolver nossa capacidade de reflexão e de pensamento, mas sem dúvida, há pessoas com mais facilidade em compreender e manejar ideias de uma determinada área. E em todas as áreas do conhecimento existem gênios. A maioria de nós ainda se acostuma em apenas reproduzir uma ideia ou costume enraizado em nossa sociedade, não nos esforçamos para pensar sobre nós mesmos e sobre as ideias que nos empurram. Esse efeito manada é o que chamamos de “ser pensado”: não ter ideias próprias.
O filme vai apresentar também um outro aspecto bastante relevante que nos leva a refletir, que são os traumas psicológicos que impedem Hunting de desenvolver outros aspectos de sua Vida. Apesar de ser, de fato, um gênio, ele tem problemas em controlar a raiva, a agressividade e acaba tendo um estilo de vida desregrado. Isso acontece porque os gênios só são geniais em um aspecto da Vida. Então, quando se trata de resolver equações matemáticas e solucionar problemas, Hunting é incrível, mas quando se trata de lidar com suas próprias emoções e com o seu orgulho, ele não tem nada de genial. Ele passa por diversos psicólogos até conhecer Sean Maguire, que o ajuda a superar seus traumas. A partir desse encontro, o jovem Will tem a chance de viver de forma plena e exercendo toda a sua potência, pois começa a lidar com suas emoções e sentimentos reprimidos.
Indicamos o filme “Gênio Indomável”, para refletirmos sobre as nossas experiências e percebermos que também somos, em algum grau, geniais em algumas áreas e incompetentes em outras. Por isso não devemos julgar ninguém por seus defeitos, mas sim buscar aprender com a genialidade de cada um.