Curta “Here’s The Plan”: A Vida Também é Feita de Imprevistos

Durante toda a Vida, a depender do nosso estado de espírito, sonhamos bastante. Fantasiamos sobre como será o nosso dia, como será um determinado evento, ou a nossa carreira. Sonhamos com nossa Vida enquanto ela acontece. Para sonhar, é preciso apenas acreditar, mas, para realizar é necessário fazer. Planejamos aqueles sonhos em que mais acreditamos, ou aqueles com os quais mais fantasiamos, mas será que a Vida se importa com nossos planos?

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Sonhar não exige passaporte, diploma, nem qualquer prova de competência. Diríamos que basta fechar os olhos e já estamos num mundo só nosso, onde tudo é possível. O que diríamos, no entanto, de quem sonha acordado? Basta uma fagulha criativa tocar a mente para incendiar nossa imaginação, e isso nós temos de sobra. A parte do “fazer” é a mais difícil, pois exige alguns investimentos que nem sempre lembramos quando estamos na deliciosa etapa de sonhar. Exige-nos Determinação, Iniciativa, Disposição, e na maioria das vezes, Planejamento. E nada disso é tão fácil quanto apenas sonhar, mas com certeza, vale o esforço.

Aprendemos a viver enquanto vivemos, e até onde sabemos, não existe um manual explicando passo a passo como sermos Humanos. Entendemos a Vida observando a Natureza, a nossa família, e tudo o que nos cerca. Como disse certa vez Charles Chaplin, a Vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. E ainda podemos contribuir dizendo que essa peça também não tem roteiro pronto. Vamos escrevendo enquanto ela acontece, exercitando, na sua forma mais desafiadora possível, a técnica do improviso.

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Improvisar é mais simples de se entender do que parece. É descobrir a solução quando já estamos diante do problema. Costumamos considerar o improviso um antagonista do planejamento, já que enquanto o primeiro acontece de forma súbita, o segundo acontece de forma preparada. Mas talvez planejamento e improviso sejam os melhores amigos um do outro. Se pensarmos em viver de improvisos, é claro que, além de muito arriscado, isso nos sujeitará a um nível de estresse muito grande, pois exigirá muita atenção e muita energia mental para encontrar, no meio da bagunça que costumam ser os nossos pensamentos e ideias, conexões que possam fazer sentido na solução de algum entrave. E se consideramos viver sem improvisos, somos ingênuos, pois supomos que tudo vai sair como esperado. Nos adaptar aos imprevistos, mudar nossas rotas diante do obstáculo, nossos planos diante da surpresa, exige um pouco de flexibilidade e jogo de cintura, mas para além disso, exige desapego.

Planejar deve sempre ser a palavra de ordem, pois mesmo que uma bela e imprevisível confusão com final feliz possa nos render algum aprendizado e muitas risadas no futuro, também pode nos colocar em situações tristes, se o final for menos agradável. Podemos deixar, sim, a Vida nos levar, e é claro que é muito divertido navegar ao sabor do vento às vezes, mas se nos lançarmos à deriva como estilo de Vida, não chegaremos a lugar nenhum, e isso nos causará sofrimento mais cedo ou mais tarde. Por outro lado, ignorar os obstáculos, e remar em direção aos nossos sonhos, custe o que custar, pode nos levar direto para as pedras, e fatalmente para o fundo do mar.

No vídeo Aqui Está o Plano, de Fernanda Frick, disponível no YouTube, um lindo casal planeja seus sonhos de forma tão idealista, quanto segura. Querem fazer o que amam, junto de quem amam, pelo resto da Vida. Algumas coisas, entretanto, não saem como planejado. Até aí não há nada diferente do que experimentamos todos os dias. Pequenos improvisos aqui e ali, e o plano ainda está de pé, com algumas adaptações. No entanto, as coisas vão mudando mais e mais, até que o sonho que motivou todo o planejamento e despertou a determinação, iniciativa e disposição daqueles dois, acaba se perdendo em meio a tantos problemas, dificuldades e adaptações. Ficou lá atrás, perdido entre alguma bifurcação; entre algum improviso mal executado.

A Luz que pode nos iluminar aqui tem dois nomes, Finalidade e Atitude. Uma forma de testar os nossos sonhos e acender a Luz da Finalidade é sempre se perguntar: “Por que estamos fazendo tudo isso?”. Se mesmo sofrendo os percalços que esses planos não foram capazes de prever, ou se adaptando ao novo normal que vamos enfrentando em nossas Vidas a resposta ainda for a mesma, então provavelmente estamos no caminho certo. Do contrário, se não soubermos mais responder, ou se nem lembrarmos mais da pergunta, temos um problema grande nas mãos. Mas se, por último, a resposta for diferente das duas anteriores, e você perceber que seus objetivos mudaram, não há que se desesperar.

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É comum que as coisas não sejam exatamente do jeito que a enxergamos, e por isso acabam não saindo sempre como o planejado. Mas isso não nos torna menos competentes na habilidade da preparação, afinal, existem tantas pessoas no mundo, e tantas coisas acontecendo a todo momento, que nem o melhor dos computadores pode prever com exatidão o que vai acontecer amanhã. Com certeza, alguns de nós já saíram de casa com um guarda-chuva de baixo do braço, acreditando no que disse a moça do tempo no jornal da TV, e não achamos utilidade pra ele ao nos ver diante de um lindo dia de Sol lá fora. Mas mesmo assim, por trás da moça do jornal há toda a ciência da meteorologia, então as previsões dela têm mais chances de se realizarem do que nossos sonhos, se por trás deles não colocarmos nada além de nossas expectativas.

Nos adaptar às mudanças, ou improvisar, como nos referimos desde o início, é uma competência muito mais valiosa do que planejar em si. É inevitável que algumas coisas aconteçam de forma diferente do que pensamos, outras nem mesmo vão acontecer, e no pior cenário, podemos até dar de cara com o oposto do que esperávamos. E é aí que entra a Atitude.

Quando estivermos cansados de subir uma longa escada, e percebermos que ainda falta uma quantidade incontável de degraus à frente, podemos ir de um por um, na velocidade de nossas pernas, ou podemos tentar subir todos de uma vez, tentando cumprir uma fantasia criada por nossa mente. Se aceitarmos o esforço mental de escalar tudo aquilo de uma vez, não teremos força para galgar nem mesmo o primeiro degrau. Por outro lado, se dedicarmos os esforços que cada passo acima exige individualmente, podemos muitas vezes descobrir que somos capazes de ir muito além.

A Vida não leva em conta nossos sonhos, nem o que decidimos fazer com eles. Às vezes, nossos sonhos podem até nos levar para o sofrimento. E quando isso acontece, nós podemos mudar. Afinal de contas, não assinamos nenhum contrato de Vida que nos proíba de errar, ou de admitir que estamos errados. Aceitar que está na direção errada é muito mais valioso do que não saber em que direção está. Às vezes não são nossos sonhos que nos levam à dor, mas o caminho que escolhemos trilhar para realizá-los. Sem precisar mudar o destino, podemos mudar de rota, afinal isso também nos é permitido! Não é sensato de nossa parte sofrer por insistir em algo que só nos oprime, e não nos oferta nenhum tipo de libertação. Assim como somos responsáveis pela repercussão das nossas escolhas, também somos responsáveis por aqueles que acreditam em nós e embarcam nessa busca junto conosco. Não temos o direito de fazê-los sofrer apenas por teimosia. Que seja pelo menos por algo mais Nobre e Enriquecedor.

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Viver não dá direito a ensaios, nem vem com manual. Aprendemos enquanto vivemos, e vivemos aprendendo, todos os dias. Permitir-se reajustar seus planos, ou mudá-los completamente, não é apenas uma concessão que fazemos à nossa Vida, mas um verdadeiro sinal de Sabedoria, e o primeiro passo verdadeiramente em direção à Felicidade. Então, viva sempre sonhando, sempre realizando e esteja sempre pronto para Mudar!

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