O Ser Humano vive rodeado de pessoas. Sejam pequenos ou grandes grupos, o fato é que sempre tem uma quantidade diferente de pessoas à nossa volta, e sempre tem pessoas com diferentes níveis de capacidades, abaixo e acima do nosso. Essa realidade pode gerar duas posturas internas, a primeira a de querer ser como aquela pessoa que está na nossa frente, se inspirar nela e batalhar para chegar àquele ponto. A outra postura, provavelmente mais comum, é a de se comparar com ela e se sentir inferior por causa disso. Eu vejo tudo o que ela conquistou, até onde ela chegou, olho para mim, comparo tudo, e me desanimo com a distância entre esses dois pontos.
Quantas vezes não nos comparamos com os outros? Ousaria dizer até que é um hábito diário para alguns. O problema da comparação, além de ser péssima para a auto estima, consiste no fato dela não ser real, pois são comparações sem fundamentos lógicos. Por exemplo: uma pessoa que gosta de corrida, mas que não treina muito por preguiça, ela olha para uma pessoa que corre 10km todos os dias, faça chuva ou faça sol, há 20 anos. Quando ela compara onde ela está com onde o corredor está, automaticamente ela pensa “nunca conseguirei”, é uma comparação desleal! A comparação deveria ser, pelo menos, com alguém que corre um dia a mais na semana do que ela, aí sim torna-se um passo mais próximo de alcançar. Mas mesmo nesse caso, ainda existe o problema de usar o outro como medida.
Nós só podemos nos comparar com uma única pessoa: nós mesmos. Seja você a sua referência de crescimento e evolução. Como? Compare o você de hoje com o você de ontem. Hoje, eu corro 2x na semana com dificuldade, mas no início do ano eu nem me exercitava, e agora eu quero chegar ao fim do ano correndo 3x na semana. Eu comparo onde eu estou com onde eu estava, e uso isso como um trampolim, como um impulso para onde eu quero chegar. Posso usar o corredor profissional como uma inspiração, pois ele também teve seus dias de preguiça, ele também começou do zero e também se esforçou muito até conquistar o hábito. Mas não posso, jamais, me comparar a ele, usá-lo como minha medida de sucesso.
Essa reflexão serve para todos os campos da nossa Vida seja ele financeiro, profissional, físico, amoroso… Nós temos que ter uma meta como Seres Humanos, que é a de evoluir, crescer internamente. Cada um passa por experiências diferentes e precisa trabalhar dentro de si elementos diferentes para conquistar esse crescimento. Um exemplo hipotético: quem eu mais admiro no trabalho tem uma disciplina que eu ainda não tenho, porém é alguém que precisa melhorar o seu humor e a sua cortesia, coisas que não são problemas grandes para mim.
Por isso, a melhor e única comparação que devemos fazer é conosco mesmo. Quanto mais eu cresço hoje, me comparando com o ontem, mais eu me estímulo para crescer. E isso permite que a melhor versão de nós mesmos venha à tona. O que é muito revigorante, pois sempre vai ter algo que podemos aperfeiçoar, sempre teremos mais uma versão para atualizar. Uma Vida com meta de aperfeiçoamento interior, nunca será monótona.
Não caiamos na ilusão de que a ideia de uma “melhor versão” significa ter mais dinheiro, mais reconhecimento, mais seguidores, etc. Se acreditamos nisso, é porque estamos, novamente, dependendo de outras pessoas para medir a nossa realização. E quem garante que as pessoas que vivem nessa situação, mesmo sendo alvo das comparações de muitos, são felizes de verdade?
Não procuremos imitar os outros, procuremos a nós mesmos. Dar o nosso melhor, colocar nosso coração em tudo que fazemos, sentir que ao final do ano terminamos ele um pouquinho melhor do que quando começamos. Que ao final de uma década, tenhamos a certeza de ter dado o nosso melhor. E que ao final de uma Vida, tenhamos a Paz, por saber que vivemos de forma Plena.
Procure sua melhor versão!