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Atena nos ensina sobre a única guerra válida

Os símbolos dentro das mitologias são pérolas preciosas da humanidade. Para além de narrativas míticas, elas nos ensinam valores e ideias fundamentais para a vida humana. Podemos afirmar que este seja, talvez, o grande legado que as culturas antigas nos deixaram, pois tornaram eternas suas ideias e ainda hoje podemos vivê-las através dos seus símbolos. Um deles, por exemplo, é o símbolo da Deusa Atena, que não é diferente, pois nos mostra, através de seu profundo significado, quais guerras realmente valem a pena serem travadas.

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Ao iniciar, temos que nos questionar: vale a pena travar uma guerra? Parece contraditório falar sobre isso quando estamos buscando o Bem, a Justiça e a Generosidade, que são alguns dos importantes temas abordados aqui no Portal Feedobem. Mas, para esclarecermos, a guerra que Atena nos traz como reflexão não se trata dessa guerra que costumamos falar, mas, sim, daquela guerra necessária para se encontrar a sabedoria: a Guerra Interior do Homem.

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Atena é uma das Deusas mais importantes do Panteão Grego. Nascida da mente de Zeus, ela representa não somente a guerra, mas também é a deusa da sabedoria. Dividindo esse arquétipo da guerra com seu irmão Ares, Atena simboliza, como já falamos, a guerra interior, essa guerra que é preciso travar para chegar à sabedoria. 

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A Deusa se apresenta vestida com armadura e elmo, carregando um escudo e uma lança, pois já nasceu adulta e armada; uma coruja, símbolo de sabedoria; e folhas de louro, símbolo da Vitória. Atena é ao mesmo tempo Sábia e Guerreira. O seu irmão Ares, o Deus da guerra violenta, movido pela fúria e pela inveja, sempre a desafiava. E, em todos os combates, Atena o vencia no campo de batalha, mostrando que era uma guerreira superior.

Sendo ela a Deusa da sabedoria, estes símbolos ligados à guerra nos mostram uma visão bastante diferente do que o nosso senso comum tem sobre o que é ser sábio, pois geralmente criamos a imagem de uma pessoa passiva. Na verdade, para se alcançar a Sinclusão – sentidoabedoria, o Discernimento e um elevado estado de Consciência Humana, é necessário entrar em uma guerra muito dura e difícil: a Guerra com nós mesmos. Assim, a sabedoria é o produto final dessa guerra interior, que devemos estar dispostos a lutar. O desafio está, portanto, em aceitar a necessidade dessas batalhas para caminharmos em direção ao verdadeiro conhecimento de nós mesmos.

Colocando em exemplos práticos, temos a tendência de nos identificarmos com nossos defeitos e debilidades, achando que somos, de fato, aquelas características. A guerra sábia está justamente em tentar observar verdadeiramente quem somos, por trás de todos esses aspectos que nos compõem, mas que definitivamente não participam desse mistério que é o Ser Humano. A sabedoria está em identificar e combater as más tendências e perceber quem de fato somos. Podemos fazer isso através da reflexão, da busca sincera pela nossa melhor parte e nos mantermos conscientes de quando estamos alimentando tais debilidades. Assim, a guerra interna se converte em um estado de vigilância e construção constante, pois, à medida que percebemos nossa má condução, podemos, consequentemente, atuar de maneira distinta, construindo assim um novo referencial de Vida.

Dessa forma, é necessário reconhecer dentro de nós as tensões que existem entre aquilo que nos puxa para o nosso lado mais grosseiro e o que nos ajuda a nos tornarmos mais Humanos. Estas tensões são próprias da Vida e da jornada da evolução humana, ou seja, para crescermos sempre temos que deixar para trás algo que já não nos cabe mais. E, para conquistar esse crescimento, precisamos travar uma Luta Interior, por isso podemos dizer que um aspirante à sabedoria não pode ser passivo diante da Vida e muito menos diante de si mesmo.

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Assim como uma borboleta que sai do seu estado de larva, um passarinho que sai do seu ovo, nós, Seres Humanos, temos que enfrentar ao longo da Vida diversos momentos de tensões entre aquilo que não nos serve mais e aquilo que precisamos conquistar para continuar nossa caminhada. Para citar como exemplo, dizem que a borboleta só consegue ter forças para voar porque o esforço que ela faz para quebrar a casca do casulo fortalece as suas asas. De maneira similar, o ser humano precisa de um novo nascimento, através da busca interior. Assim romperemos esse “casulo” no qual vivemos acorrentados e poderemos alçar voos mais longos em direção à sabedoria. 

Platão, o grande filósofo grego, dizia que um sábio precisa ser gestado de ideias e que se não forem cultivadas dentro de nós, jamais poderemos “dar à luz” a esse novo ser que precisa vir ao mundo. Logo, não se trata de um nascimento físico, pois este já fizemos em nosso primeiro dia de vida, mas, sim, de um nascimento espiritual.

Apesar disso, muitas vezes não queremos sair dos nossos casulos. Ou seja, não queremos sair do estado que já estamos acostumados. Isso porque muitas vezes nos identificamos demais com estas fases, com estas etapas, nos identificamos demais com nossas debilidades. E, por isso, abrimos mão de crescer.

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Por fim, ser sábio é ter entrado e vencido todas estas guerras internas, e é justamente isto que Atena nos ensina. Esta é a Guerra que nos cabe, é a Guerra Justa, é o bom combate. Portanto, não saiamos da Vida do mesmo modo que chegamos. Mas para isso, devemos, acima de tudo, cultivar essas sementes de bondade ao longo da nossa caminhada, pois são as virtudes que nos aproximam do nosso verdadeiro ser. Uma dessas virtudes, como já bem destacamos, é a sabedoria, ou seja, o discernimento de sabermos entrar no fluxo da Vida e aprender quem verdadeiramente somos. Este fluxo é o campo de batalha que devemos entrar com todas as nossas forças e com toda a estratégia possível se quisermos nos tornar Seres Humanos melhores. Esta é, afinal, a nossa meta. Assim, não deixemos nossas armas caírem e, muito menos, não percamos de vista o nosso objetivo final: encontrar a nossa melhor parte.

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