O que podemos aprender com o  “O Mágico de Oz”?

Você já assistiu o clássico do cinema “O mágico de Oz”? Essa inspiradora história foi escrita por L. Frank Baum em 1900 e se tornou um clássico da literatura moderna pelo seu simbolismo. Devido a sua influência, a história de Dorothy acabou sendo adaptada para os cinemas, e hoje, como bem sabemos, há uma série de produtos de entretenimento que usam como mote o mundo de Oz. 

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De forma sintética, o Fantástico Mágico de Oz é daquelas histórias que fascinam gerações trazendo mensagens que parecem ser para crianças, mas que, no fundo, servem para qualquer fase da vida. Quem nunca se identificou com Dorothy, por exemplo, e seu desejo de conhecer o mundo em busca de um lugar mais cheio de cores e magias? Quem nunca desejou percorrer a estrada de tijolos amarelos? Quem de nós, mesmo em nossa fase mais infantil, não sonhou com a beleza e a amizade desenvolvidas por Dorothy e seus companheiros?

Para os leitores que, porventura, ainda não conheçam esse clássico, faremos uma síntese do que se passa em “O mágico de Oz”. A história é um conto americano fantástico, no qual a personagem principal, Dorothy, é levada por um ciclone, junto com a casa inteira e seu cachorro, para uma terra muito mas muito distante. Ela é órfã e é cuidada pelos seus dois tios, Henry e Em. 

Neste ponto da história, Dorothy almeja viajar pelos confins do mundo para fugir de problemas com seus vizinhos, porque acredita que encontrará lugares mais encantadores e pessoas que a compreendam melhor. Se pararmos para pensar sobre os nossos dias atuais, perceberemos que esta não é uma ideia tão distante. Hoje em dia, ainda é comum acreditarmos que a grama do vizinho é mais verde, e que nossa felicidade estará para além do arco-íris.

Por conta deste ciclone, e como deseja intimamente, Dorothy vai para um país encantado em que há vários personagens curiosos, anões, árvores falantes e quatro bruxas: duas boas e duas más. A casa de Dorothy, que veio no tornado, cai justamente em cima da Bruxa Má do Norte, que escravizava todos os seres que lá viviam. Por conta deste incidente, todos se tornam livres, e Dorothy, como recompensa, ganha seus sapatos vermelhos mágicos – mesmo sem saber para que servem – e  um beijo enfeitiçado de proteção da Bruxa Boa do Leste. 

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Esse é o começo da aventura de Dorothy, que, ao percorrer o caminho dos tijolos dourados, se depara com uma série de companheiros em sua aventura. Porém, mesmo vivendo nesse mundo encantado e cheio de aventuras, o que Dorothy deseja é voltar para casa, para junto de seus tios – que ela acredita estarem preocupados com seu sumiço –, para junto dos seus amigos e da vida que tinha no Kansas.

A boa bruxa, então, informa-a que para voltar para casa, somente o mágico de Oz poderá ajudá-la, mas, para encontrá-lo, ela deve seguir pela estrada de tijolos amarelos e chegar à Cidade das Esmeraldas. Aqui começa a aventura de Dorothy. Munida de sua arma mágica e de toda vontade de quem sabe aonde quer chegar, nossa heroína encontrará muitas provas no caminho.

Em nossas vidas, também não somos assim? Muitas vezes temos habilidades e dons latentes que precisam aflorar conforme nos esforçamos para desenvolvê-los. Não falamos de poderes mágicos, de ler mentes ou mesmo voar, mas sim da capacidade de superação, da inteligência para escolher o melhor numa situação difícil, de construir pontes nas relações humanas e não muros. Esses são os nossos dons latentes, as nossas virtudes, que podem servir para pavimentar um caminho de ascensão espiritual. Também são com as nossas virtudes que combatemos os defeitos e as más tendências que nos afundam em debilidades. Elas são, portanto, as nossas armas mágicas na vida, mas muitas vezes nem sabemos que temos ou nem sabemos usá-las.

Na Estrada de Tijolos Amarelos, ela encontra o Espantalho, que faria de tudo para ter um cérebro, já que fora confeccionado para ficar apenas no meio do milharal, espantando os corvos. Percebemos logo que o Espantalho nos é familiar… Antes de Dorothy embarcar na aventura de Oz, ainda no Kansas, um dos seus amigos da fazenda, o mais esperto, nos lembra justamente do novo amigo de Dorothy que deseja um cérebro. Durante toda a aventura, as melhores ideias vêm do próprio Espantalho, nos levando a questionar se ele realmente já não tinha inteligência.  

Aqui encontra-se uma das mais belas mensagens da história, representada pelo simbolismo dos companheiros que Dorothy encontra no caminho: todos nós já possuímos as ferramentas que precisamos para alcançar nossos desejos. No caso do Espantalho, ao desejar um cérebro (símbolo da inteligência), ele não percebe que já o possui. O que lhe falta é apenas desenvolver esse potencial, tal qual uma semente que dentro de si já possui todo o potencial de se tornar árvore. Além disso, cada companheiro de Dorothy demonstra uma virtude fundamental para que ela consiga voltar para o seu lar e, como uma boa história, a mensagem por trás desse fato é a de que nós, assim como a protagonista, também precisamos dessas mesmas virtudes para encontrarmos o nosso próprio caminho de retorno. Nosso destino, porém, não é o Kansas, mas sim nós mesmos. 

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Logo depois, Dorothy encontra o Homem de Lata que desejava recuperar seu coração, que fora retirado por uma feiticeira. Novamente reconhecemos neste personagem metálico um dos amigos da moça, que trabalha na fazenda. Em todo o percurso da estrada de tijolos amarelos, é do Homem de Lata que surgem as maiores lições de sentimentos, de generosidade. Segue-se aqui a mesma reflexão que fizemos com o Espantalho: já possuímos as ferramentas para desenvolver o que desejamos. Além disso, é perceptível que para alcançarmos nosso destino não basta apenas inteligência, ou seja, ter boas ideias, mas também precisamos cultivar bons sentimentos. Estes, por sua vez, nos conectam com os outros seres humanos, nos tornam empáticos, e assim conseguimos cultivar verdadeiras relações humanas.

E, finalmente, ela encontra o Leão Medroso, que precisava desesperadamente de coragem, pois tinha medo até de pequenos animaizinhos, mesmo sendo sempre visto como o invencível rei da selva. Mas aos poucos vamos percebendo que as atitudes que mais exigem coragem são tomadas pelo leão “cheio de medo”; afinal, coragem não é a ausência de medo, mas fazer o que precisa ser feito independente do medo. Uma pessoa corajosa não é somente quem se arrisca, mas aquela que sabe pelo que vale a pena se arriscar e o faz, mesmo que seus instintos queiram lhe paralisar.

E então, cada um dos aventureiros acaba desenvolvendo as virtudes que almeja nas provas que surgem durante o caminho rumo a Oz. Cada situação que acontece, cada infortúnio e cada desafio vão moldando e permitindo que a inteligência, o amor, a compaixão e a coragem possam florescer. Eles passam por diversas provas para poderem continuar a caminhada, e fica bem clara a lição que a obra quer transmitir: é a soma dos dias que traz experiência, vivência e aprendizado. No fundo, cada um tinha dentro de si a semente apropriada para germinar tudo aquilo que tanto queria. Cada um tem que reconhecer em si suas potencialidades e suas debilidades, e, assim, caminhar em busca de se tornar sua melhor versão. Isso porque todos temos boas sementes, algumas mais escondidas, que precisarão de um trabalho mais árduo para se desenvolver; outras que precisam apenas de algumas gotas de paciência e determinação. 

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Os nossos quatro buscadores de virtudes, depois de tantas aventuras, finalmente chegam à Cidade das Esmeraldas, e lá encontram o famoso mágico. Porém, eles descobrem que, na verdade, o mágico também era um buscador que chegou àquelas terras e se perdeu no mundo encantado, esquecendo de seu propósito. No fim, quase sem esperanças, todos percebem finalmente que tudo que buscavam eles já possuíam, já haviam o conquistado por mérito durante toda a aventura.

A Estrada de Tijolos Amarelos se assemelha à jornada da vida: a direção que se toma em busca de um objetivo vem com desafios e percalços, mas sempre traz diversos ensinamentos, que vão muito além do que inicialmente se buscava, desvelando sempre mais de nós mesmos. A batalha, na verdade, é escolher pelo melhor que há em nós mesmos, e saber – assim como Dorothy soube ao bater seus tornozelos dentro dos sapatos de rubi – que “Não há lugar como nosso lar”, este lar, que pode ser entendido, como sendo nossa casa interior, o nosso Ser. Em outras palavras, o “Mágico de Oz” nos ensina que não há nada mais valioso do que ser quem nós já somos.

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