“É assunto de conhecimento comum entre místicos que o caminhar evolucionário da humanidade está indissoluvelmente ligado às Hierarquias Divinas que regem os astros e os signos do Zodíaco e que a passagem do Sol pelos planetas através dos doze Signos assinala o progresso do homem no espaço e no tempo”
Max Heindel em Mensagem das Estrelas, Cap.I
A frase de Max Heindel pode ser vista com maus olhos por aqueles que desacreditam a astrologia enquanto uma ciência. De fato, quando pensamos no conceito atual de “ciência” é impossível dar crédito à astrologia e seus estudos, afinal, não há como aplicar o método científico nos horóscopos e muito menos testar de forma empírica os conceitos que nos são apresentados. Devido a isso, é extremamente comum que a astrologia caia, por vezes, no campo da “pseudociência” e os astrólogos por vezes passem por charlatões e enganadores.
Entretanto, é preciso entender mais profundamente o que verdadeiramente significa astrologia para que não caiamos em estereótipos e preconceitos. Assim, vamos compreender o que estamos chamando de “astrologia”. Dita como uma das ciências da antiguidade, a astrologia é muito mais do que apenas entendermos os nossos signos zodiacais, seus ascendentes e realizar horóscopos.
Considerada uma das formas mais antigas de se estudar os céus, a astrologia em seus inícios tinha como finalidade encontrar uma relação entre os astros e a vida humana. Partindo da filosofia de que a Terra era espelho do céu, as estrelas influenciariam na vida humana e também dariam as chaves do nosso futuro. Como sabemos, nos movimentamos ao redor do Sol e, a depender da posição em que estamos, há momentos em que nosso planeta se alinha com outros astros e signos, dando assim novas posições e possibilidades. Os antigos astrólogos, por exemplo, começaram a perceber alguns padrões a partir do estudo e da comparação dos astros, podendo criar um verdadeiro método de busca.
Tendo como base esse histórico, a frase de Heindel começa a fazer mais sentido, uma vez que a cada novo momento nesse padrão uma nova realidade – a humana – está sendo vivida. Sendo assim, por exemplo, entende-se que a cada dois mil anos a humanidade (e a Terra) passam por uma transição entre os zodíacos. Essas “eras zodiacais”, como são chamadas, seriam arquétipos ou momentos em que a humanidade viveria certas experiências de acordo com o signo zodiacal em que a Terra está inserida.
Apenas para entendermos melhor essa ideia, fala-se que na época de Jesus Cristo, iniciava-se a “era de peixes”, momento no qual a humanidade passaria por uma série de transformações, disputas e conflitos. Isso foi o que de fato ocorreu, apesar de também conseguirmos evoluir nossa tecnologia de maneira acelerada. Agora, dois mil anos depois, fala-se que estamos entrando na “era de aquário”, momento em que a Terra passa pelo signo de aquário e que, com isso, traz novas mudanças para a humanidade e o próprio planeta.
Para um leitor cético é provável pensar que tais explicações são insuficientes acerca da credibilidade da astrologia. De fato, não há provas concretas acerca dessas mudanças, mas podemos observar atentamente o mundo e notar que há pelo menos 40 anos vivemos transformações aceleradas do nosso modo de viver e a tendência é que essas mudanças continuem ainda mais aceleradas. Podemos entender isso como apenas uma série de transformações comuns ao ser humano, mas talvez, de fato, a mudança desses ciclos também esteja diretamente ligada aos astros.
Frente a isso, é preciso entender que a astrologia fala muito mais sobre nós mesmos do que exatamente os corpos celestes. Entre todas as artes e ciências que se propõem a revelar ao homem a sua natureza interna e lhe explicar as leis naturais, não há nenhuma que tente conectar céu e Terra como a astrologia faz. Como apontamos, em todos os tempos, homens e mulheres dedicados a essa arte buscam inspirar gerações e desvendar os mistérios da humanidade através desse complexo sistema de influências.
Provavelmente, nenhuma outra ciência no mundo registrou uma história mais completa e interessante do desenvolvimento da Terra e da evolução do homem. A sua relação com todas as grandes religiões, incluindo a religião cristã, é demonstrada não somente pelas alegorias astrológicas e referências feitas nos livros sagrados e na mitologia como também pelas inscrições e ilustrações de seus símbolos nos antigos templos.
Referências à Lua Nova e Cheia, aos eclipses solares e lunares, aos solstícios e equinócios e às conjunções dos maiores planetas mostrando a sua importante influência no homem e na Terra, têm sido registradas pelas grandes civilizações, não importando quando ou onde tenham existido. Os antigos sábios pelas suas repetidas observações estavam capacitados a descobrir todos os fenômenos naturais e a determinar a influência que os corpos celestes exercem sobre nós. Assim, eles nos deram um sistema filosófico que tem desempenhado importante papel na moral, na religião, na ciência e na evolução espiritual do homem.
Vale destacar também que a astrologia foi fundamental para o desenvolvimento tecnológico da humanidade. Diversos instrumentos e construções foram feitas para apoiar os estudos astrológicos. Desde telescópios até zigurates, o ser humano se voltou para as estrelas, buscando respostas e associando religião, ciência e sua vida comum.
E qual relação existe entre “astrologia” e “astronomia”?
Hoje em dia, para muitos, a astronomia é uma verdadeira ciência, enquanto a astrologia é um conjunto de crenças ultrapassadas de povos atrasados. Esta visão não poderia estar mais errada.
Já a astronomia é a ciência que estuda os corpos celestes, a sua movimentação e os fenômenos físicos relacionados a eles. Para as antigas tradições, esse tipo de estudo estava contemplado dentro de uma ciência maior, que é a astrologia, pois esta não estudava somente as relações físicas entre os astros, mas também a sua influência nos campos mais sutis da Natureza, afetando, inclusive, os seres humanos no campo psicológico. Em outras palavras, a astronomia é um aspecto da astrologia.
Isso é interessante porque a compreensão do céu sempre fascinou os seres humanos, já que observamos o firmamento desde os primórdios da humanidade. Uma das provas de que sempre estivemos interessados nos astros são os diversos monumentos arqueológicos destinados a observações astronômicas. São diversas construções milenares que foram criadas por pessoas com um profundo conhecimento dos astros, dos seus movimentos e de suas leis. Por exemplo, as Pirâmides de Gizé, no Egito, estão perfeitamente alinhadas com o Cinturão de Órion (As Três Marias), sem contar os inúmeros monumentos que existem na América Central, na Europa e também no Oriente.
Atualmente, quando falamos em astrologia, ligamo-la diretamente ao horóscopo, e pensamos naquelas previsões publicadas em revistas de adolescentes. No entanto, ainda que fazer previsões possa ser uma das utilidades da astrologia, o seu propósito é muito mais profundo que isso.
No caso da determinação dos signos do zodíaco, os astrólogos dividem o céu em 12 seções, representadas por uma circunferência. A posição do Sol, em relação a estes pontos no céu, delimitados por constelações no momento do nascimento de uma pessoa, define o seu signo.
OS SIGNOS DO ZODÍACO
- Áries: indivíduos nascidos entre 19 de março e 21 de abril.
Os nascidos sob o signo de Áries seriam regidos pelo planeta Marte. - Touro: indivíduos nascidos entre 20 de abril e 20 de maio.
Os nascidos sob o signo de Touro seriam regidos pelo planeta Vênus. - Gêmeos: indivíduos nascidos entre 21 de maio e 21 de junho.
Os nascidos sob o signo de Gêmeos seriam regidos pelo planeta Mercúrio. - Câncer: indivíduos nascidos entre 22 de junho e 22 de julho.
Os nascidos sob o signo de Câncer seriam regidos pela Lua. - Leão: indivíduos nascidos entre 23 de julho e 22 de agosto.
Os nascidos sob o signo de Leão seriam regidos pelo Sol. - Virgem: indivíduos nascidos entre 23 de agosto e 22 de setembro.
Os nascidos sob o signo de Virgem seriam regidos pelo planeta Mercúrio. - Libra: indivíduos nascidos entre 23 de setembro e 23 de outubro.
Os nascidos sob o signo de Libra seriam regidos pelo planeta Vênus. - Escorpião: indivíduos nascidos entre 24 de outubro e 21 de novembro.
Os nascidos sob o signo de Escorpião seriam regidos pelo planeta-anão Plutão. - Sagitário: indivíduos nascidos entre 22 de novembro e 21 de dezembro.
Os nascidos sob o signo de Sagitário seriam regidos pelo planeta Júpiter. - Capricórnio: indivíduos nascidos entre 22 de dezembro e 19 de janeiro.
Os nascidos sob o signo de Capricórnio seriam regidos pelo planeta Saturno. - Aquário: indivíduos nascidos entre 20 de janeiro e 18 de fevereiro.
Os nascidos sob o signo de Aquário seriam regidos pelo planeta Urano. - Peixes: indivíduos nascidos entre 19 de fevereiro e 20 de março.
Os nascidos sob o signo de Aquário seriam regidos pelo planeta Netuno.
Você pode observar que cada signo do Zodíaco, que é delimitado pela astrologia, carrega junto com ele a regência de um planeta, trazendo assim a influência também desses astros nas relações astrológicas.
A astrologia ainda intriga muito, pois ao mesmo tempo que temos, de um lado, grandes civilizações que se apoiavam nela, por outro, vemos mensagens vazias em horóscopos de jornais.
Uma coisa é evidente, a astrologia é uma ciência, mesmo que não funcione aos moldes da nossa atual forma de se fazer ciência. Devemos entender, portanto, a ciência não como uma série de fórmulas e métodos de comprovação, mas um atributo humano que lhe permite usar a razão para chegar até a Verdade, mesmo que a passos lentos e de forma ainda limitada.
Nos dias atuais, nossa forma de investigação se dá pela comprovação, o empirismo e entendimento de como funciona o mundo, entretanto, isso não é a verdade. A astrologia buscou um significado profundo para a existência dos corpos celestes, que devem ser vistos como verdadeiras entidades transcendentes, e não apenas como pedaços de rochas que emitem luz e estão há milhares de anos-luz de distância.
A astrologia, enfim, nos possibilita sonhar com uma conexão divina, uma rede cósmica que conecta cada ser ao mais alto dos astros. Esse talvez seja o maior dos seus méritos: nos dar a chance de pensar numa profunda relação entre nós e o Sol, a Lua e todos os demais corpos celestes que podemos ver. Que saibamos, portanto, valorizar essa antiga arte de autoconhecimento, afinal, a partir do estudo dos astros também aprendemos sobre nós mesmos.