Alguma vez você já se perguntou sobre qual é o dia mais importante da sua vida? Talvez, para alguns, seja o dia em que encontrou o primeiro amor. Para outros, pode ser o dia em que realizou aquele sonho de infância. E há também aqueles que dirão que esse dia ainda não chegou. Mas, como você reagiria se alguém afirmar que o dia mais importante da sua vida é hoje?
Vivemos na sociedade da ansiedade! Estamos todos preocupados com o dia de amanhã, ou com as decisões que tomamos ontem. É claro que planejar e organizar suas próximas ações é uma atitude salutar para impor ordem e harmonia a sua vida. Da mesma forma, refletir ao final do dia sobre as decisões que tomamos e avaliar o quanto elas contribuíram, ou atrapalharam para a conquista de nossos objetivos é uma boa iniciativa para manter-se em movimento. Mas, viver preso entre o ontem e o amanhã, chorando copiosamente o leite derramado que não tornará ao copo, ou fantasiando sobre todas as possibilidades para que os próximos dias “deem certo”, ou “deem errado” podem nos fazer perder o único momento que é realmente nosso: o AGORA! “Basta a cada dia seu mal”, diz-nos Jesus através do evangelho de Mateus (6:34).
O filósofo romano Sêneca também nos adverte que “infeliz é o espírito ansioso pelo futuro”. Não se esqueça que o ontem nunca volta e o amanhã nunca chega! Só há um momento para amar, para servir, para conquistar, para realizar. E esse dia é HOJE! Embrulhado em papel jornal, ou em seda mulberry, não importa. Ele é o nosso PRESENTE. Aquele filósofo romano nos recomenda: “apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. Estamos todos preocupados em quanto tempo de vida teremos, mas poucas vezes nos perguntamos se o tempo que temos está valendo a pena. “O importante é viver bem, não viver por muito tempo; e muitas vezes vive bem quem não vive muito.” Mais uma vez, o autor da obra “Da brevidade da vida” nos dá uma lição importante.
O tempo é como um rio que tentamos agarrar e nos escorre pelos dedos. Não podemos nos enganar, sabemos que todos chegamos aqui com uma data limite. Em algum momento, mergulharemos nesta cachoeira rumo ao desconhecido que chamamos de morte. E, na impossibilidade de conter a correnteza rumo a foz de nossa existência, esforçamo-nos para manter tudo “vivo” o máximo de tempo possível. Queremos que nossos amados vivam para sempre, então, pintamos, fotografamos, ou escrevemos poesias. O mesmo fazemos com os momentos agradáveis e em várias ocasiões assistimos a primeira apresentação de um filho pela tela do celular, enquanto filmamos. Quantos de nós vivem presos por acontecimentos do passado, repetindo para si mesmos que eram felizes e não sabiam. Livrar-se dessas algemas depende de aceitar que há coisas que controlamos e há coisas que não controlamos.
Como diriam os filósofos estóicos romanos, o que depende de nós, façamos! O que não depende, aceitemos! Aqui reside a liberdade de não estar sujeito aos acontecimentos da vida que não podemos controlar: a morte, a doença, a sorte, o que pensam de nós, a vida dos outros. Mas, o que faremos hoje está em nossas mãos. Se o ontem foi cinzento, podemos começar a ensolarar a vida hoje. Isso significa esquecer o passado e viver desesperadamente o momento atual? Além de impossível, não seria inteligente. A vida é essa cadeia sequencial de causas e efeitos. E tudo o que somos, foi construído ontem. Então, sim, o passado pode nos ensinar coisas valiosas. Mas, só vale revisitar o filme da sua vida, se for para encontrar experiências que te ajudem a caminhar HOJE, que é o dia mais importante da sua vida.
E o que faremos com esse dia? Essa sim é a pergunta de um milhão de dólares. Melhor do que pensar no que aconteceu, ou no que virá, é refletir sobre porque nós fazemos o que fazemos no aqui e agora. Qual é a sua meta? Para onde navega a nau de sua vida? A que porto pretendes chegar, ou melhor ainda, qual o horizonte que persegues? Quem não sabe para onde quer ir, pode acabar pegando o caminho errado, como a pequena Alice nos ensinou, na obra de Lewis Carroll. Não haverá vento favorável para quem navega sem destino. Então, pare agora e escreva em um pedaço de papel um sonho. Separe esse sonho em etapas, até descobrir como começar a conquistá-lo hoje. Alguns sonharão com um carro novo, outros com aquela viagem e ainda há quem sonhará com um belo casamento. Mas, que haja também aqueles que sonharão em se tornarem a melhor versão de si mesmos, em somarem à Vida, de tal forma que ela seja maior quando eles se forem, pois serão estes que poderão entender mais profundamente as palavras do filósofo Sêneca.
Aproveite e veja o vídeo de John Leitão abaixo. De uma forma divertida e leve, ele nos faz pensar sobre o fato de que só hoje podemos ser felizes. Abordando pessoas em um parque, ele distribui chocolates e faz a seguinte pergunta: por que hoje é um dia especial? E você? Está disposto a começar a aproveitar seu presente?