Por que tememos tanto a morte, se ela é a única certeza que temos em vida? Se soubermos interpretá-la, pode tornar-se algo belo. Afinal, é o término de um ciclo: nós nascemos, vivemos e morremos. Assim como em um filme, que começamos assistindo já sabendo que haverá um fim, com a nossa vida ocorre a mesma coisa. O que torna o desfecho da obra brilhante, são os rumos que a história toma e a capacidade que ela tem de tocar os espectadores. Você assistiria um filme sobre sua vida?
O game desta semana é justamente sobre isso! É um cativante storytelling sobre vida e morte que, ao final, deixa-nos maravilhados, além de nos fazer refletir sobre nós mesmos e como lidamos com nossos medos, principalmente o medo do fim. Em “What Remains of Edith Finch”, nós estamos na pele de Edith, a última sobrevivente da amaldiçoada família Finch que, após a morte de sua mãe, volta à velha casa da família, onde viveu parte de sua infância.
Aos poucos Edith vai mergulhando na história de seus ancestrais e encontra a oportunidade de ver os últimos momentos de cada um deles, pensar na vida e entender o que levou sua mãe a ser superprotetora. Enquanto isso, conforme as histórias são contadas e vão ficando mais complexas, nós jogadores notamos que há um padrão na forma de vida e de morte dos familiares. Mas deixaremos que você jogue e tire suas próprias conclusões.
Também deixamos aqui mais uma reflexão: o que você mudaria em sua rotina, se conseguisse prever exatamente o dia da sua morte, mas não a causa e nem a hora? Viveria a vida intensamente, repararia mais o mundo à sua volta, faria de tudo para deixar sua marca para as gerações futuras, ou viveria à sombra do medo? Nós não temos o dom de evitar a morte e viver para sempre, em compensação, podemos viver da forma mais intensa possível, fazendo cada dia valer a pena, para que nossas histórias deixem marcas nas pessoas à nossa volta!
Como dissemos no review de “Figment“, na semana passada, “todos temos nossos temores e não há por que ter vergonha de admitir”. Cada pessoa os enfrenta de uma maneira, uns tentam evitar correr riscos, enquanto outros correm riscos para fingir uma valentia e tentar encobrir um medo. Estes comportamentos ganham destaque em “What Remains of Edith Finch” e isso nos faz pensar em outro caso, também comentado no post de “Figment“, das pessoas que “reconhecem o poder que o medo tem, por isso não o desprezam, mas sempre buscam formas de superá-lo”. Se não estiver mais aguentando esperar, veja os primeiros minutos do jogo no gameplay a seguir.
“What Remains of Edith Finch” mostra que a vida é, ao mesmo tempo, complexa e bela. Além de nos mostrar que não temos poder sobre algumas coisas, como, por exemplo, a morte, restando para nós, apenas, a busca por uma vida plena e feliz. Desta forma, viver sob a luz das Virtudes e da Justiça é o que nos garante tranquilidade e plenitude, até mesmo no fim dos nossos dias.
Você pode jogar “What Remains of Edith Finch” no PlayStation 4, Xbox One, ou baixar para o seu computador com Windows na Steam Store.
Jogue por alguns minutos e reflita por alguns dias!