Você provavelmente já montou um quebra-cabeça, correto? As diferentes partes que, ao serem combinadas, formam uma imagem, e cada peça, por mais parecida que seja com outra, tem um formato e valor único. Se, entretanto, falta uma única peça, seja em qual posição for, nosso jogo não está completo e a imagem, por mais bem acabada que esteja, ainda não está completa.
A vida no Universo se assemelha a esse quebra-cabeça. A imagem do Cosmos só pode ser completa quando todas as suas partes, em diferentes momentos e estágios de evolução, perceber sua real necessidade no mundo. Assim, acreditavam as mais distintas culturas filosóficas, desde os estoicos até os misteriosos monges tibetanos. Além de sua profundidade metafísica, essa perspectiva guarda, na verdade, uma importante lição sobre a nossa vida social: todos nós somos importantes! No mundo há espaço para todos, não apenas fisicamente, mas em todas as suas dimensões, seja social, psicológica ou espiritual.
Conhecer o nosso lugar e valor no Universo é um passo importante na construção de uma identidade. Mas nem sempre isso é tão simples de ser alcançado. Hoje vamos conversar um pouco sobre essas ideias e refletir juntos sobre o nosso verdadeiro valor no cosmos.
O ser humano e o Cosmos: uma conexão para além do tempo
“Cada um de nós é, sob uma perspectiva cósmica, precioso”. A frase, que parece ser dita por algum “coach”, foi escrita pelo astrofísico Carl Sagan, no livro Cosmos, de 1980. Décadas depois, esse trecho continua sendo válido e precisa ser cada vez mais lembrado. Mas, por quê?
Poderíamos responder isso de uma forma clichê: “A resposta está dentro de cada um”. Mas existem alguns fatos que corroboram a necessidade de relembrar sempre este pensamento de Carl Sagan, pois vivemos em uma sociedade cada vez mais hiperconectada e superficial, onde os verdadeiros sentimentos são camuflados diante da necessidade de expressar uma “boa imagem” para os outros.
Comecemos, portanto, entendendo a preciosidade da vida no Universo. Até hoje não sabemos de outro planeta que contenha vida de maneira tão diversa e abundante quanto o nosso. De fato, do ponto de vista astronômico, a Terra é um verdadeiro oásis frente ao deserto escuro do Cosmos. Assim, a vida tal como ela se apresenta – e nesse aspecto ainda mais a humana – é um fato extremamente raro, único em toda natureza. Somos, do ponto de vista científico, a única espécie autoconsciente capaz de investigar a realidade para além do uso dos sentidos. Assim, o ser humano seria, antes de tudo, um verdadeiro milagre.
Quando encaramos a vida por meio dessa perspectiva, podemos entender como, de fato, somos preciosos. Não há outros como o ser humano, e muito menos somos iguais uns aos outros, por mais parecidos que sejamos. Todo ser humano é uma obra única, uma escultura de carne e ossos e consciência produzida no germe da inteligência universal, a pérola mais brilhante de todas as formas de vida.
Por sua raridade, a frase de Carl Sagan acerca do ser humano está absolutamente correta. E ainda podemos refletir profundamente acerca dessa sentença, afinal, se considerarmos outras formas de entendimento, perceberemos como a vida, em sua complexidade, esconde ainda muitos mistérios acerca de nossa origem.
Por exemplo: uma grande questão é entender como, do ponto de vista científico, algo não-vivo, ou seja, inorgânico, é capaz de gerar elementos orgânicos. Se toda a natureza, antes da vida surgir, era simplesmente um punhado de matéria e elementos químicos, como foi capaz de surgir a consciência, a vida em suas diferentes etapas, seja vegetal ou animal? Esse ainda é um grande mistério a ser resolvido, mas que por si só também pode ser considerado algo precioso.
Além disso, parece que essa misteriosa conexão perpassa o espaço e o tempo, pois se considerarmos a teoria do Big Bang, a de que toda a matéria existente no Universo estava concentrada em um único ponto, então podemos afirmar que todos os átomos do nosso corpo, de certo modo, já estiveram nessa singularidade e que através de bilhões de anos, assumindo diferentes formatos, chegaram a compor nosso corpo atual. Isso não pode ser considerado um verdadeiro milagre?
Qual o nosso verdadeiro valor?
Reconhecer essa perspectiva pode, entretanto, nos causar uma série de conflitos existenciais. Deixemos claro que essa não é nossa intenção, mas sim a de ampliarmos nossa visão acerca do valor que possuímos no mundo. Esse valor, muitas vezes, acaba sendo confundido com a nossa forma de vida atual, baseada na acumulação de bens e capital. Assim, passamos a desejar uma vida cheia de aventuras, de possibilidades garantidas pelo dinheiro, mas que perde de vista o verdadeiro e intrínseco valor humano.
O resultado desse modo de vida? As pessoas criam expectativas de viver grandes emoções, vários relacionamentos e conquistar poder na sociedade, tudo em excesso. Quando a expectativa é rompida pela realidade, elas perdem a noção do seu verdadeiro valor como seres humanos, e se sentem vazias, achando que são insignificantes para o mundo. Há pesquisas científicas que apontam a rede social Instagram como uma das mais nocivas para a saúde mental. Lá é onde ocorre com mais frequência o comportamento descrito acima, de simulação de uma falsa felicidade, fazendo as pessoas correrem atrás de uma vida artificial.
Entretanto, somos maiores que esse fenômeno, e precisamos resgatar os nossos verdadeiros valores para perceber que cada um de nós possui uma preciosidade, que poderíamos dizer que são os poderes latentes que existem no ser humano. Primeiramente, saiba que você tem muito valor sim, e não é só mais um entre os 7 bilhões de habitantes.
É nesse momento que precisamos resgatar a sabedoria dos povos antigos. Voltemos ao exemplo do quebra-cabeça: imagine que toda a humanidade forma uma imagem e cada um de nós, exercendo nossa natureza humana, somos uma pequena peça que compõe essa bela e grandiosa imagem. Desse ponto de vista, existe uma peça mais importante que outra? Aquela que se situa no centro da imagem é tão valiosa e única quanto as que estão na borda, ou que compõem uma cena em segundo plano dessa grande imagem. Em um quebra-cabeça não há peças mais importantes que outras, pois a falta de qualquer uma delas revela a imperfeição da imagem. Assim, mesmo que não tenhamos todo o sucesso profissional pregado pela mídia, mesmo que não sejamos ricos ou donos de grandes negócios, nosso valor humano está justamente em compor a humanidade com nossas qualidades demasiadamente humanas.
Cada um dentro deste quantitativo é especial à sua maneira. É dessa forma que podemos começar a perceber o impacto que cada um de nós pode causar, individual e coletivamente. Se eu estou bem comigo mesmo, posso fazer o bem a outra pessoa. E assim sucessivamente. Esse é um dos poderes inerentes ao homem, de mudar o que ele quiser, desde que o faça com Vontade. Sabemos que é muito fácil falar e muito difícil de pôr em prática. Mas nessa jornada chamada Vida, a Paciência é uma das maiores Virtudes.
Por isso, comece cuidando bem de você mesmo, para que assim possa ser um fator de soma na vida da sua família, dos seus amigos e até mesmo de um estranho. Já imaginou como você também pode ser especial para outra pessoa? Como sabemos que tudo está ligado, e em tudo há uma constante troca de energias quando você faz o Bem, o Universo lhe responde com o Bem.
Para entender mais sobre como cada um de nós tem uma participação importante no mundo, indicamos este podcast abaixo!
Escute, reflita e seja a mudança que você quer no mundo!
