Você já reparou que muitas pessoas estão respondendo “gratidão!” para um ato de gentileza, além do tradicional “obrigado!”? Alguns dizem que é um exercício para ter mais consciência em ser grato pelo que se passa a nossa volta. Isso nos faz pensar: com que frequência nos sentimos agradecidos? Quantas vezes em uma semana, ou em um mês, paramos para viver esse sentimento de gratidão pela nossa vida?
Normalmente nos sentimos agradecidos quando vemos uma bela paisagem, quando nos encontramos rodeados das pessoas que amamos, quando conseguimos algo que estávamos tentando há algum tempo… Mas, com que frequência nos sentimos agradecidos pelas provas que a vida nos dá? Pelos desafios, pelos problemas de convivência? Quantas vezes dizemos “gratidão!” a um colega de trabalho inconveniente?
Aí está gratidão no seu sentido mais forte e verdadeiro. Agradecer não só pelo que é bom, mas também pelo que é difícil e demanda esforço. É através desses desafios que nos tornamos melhores. Há dois exemplos no mundo da arte que mostram o poder do obrigado, o poder de agradecermos a tudo que nos foi dado, seja difícil ou fácil, bom ou ruim.
O primeiro exemplo é uma música interpretada por Mercedes Sosa, bastante conhecida, intitulada “Gracias a la vida”. Num dos trechos da música encontramos a seguinte reflexão:
“Obrigada à vida, que me deu tanto Me deu o riso e o pranto Assim eu diferencio a felicidade do sofrimento, Os dois materiais que formam meu canto, E o seu canto é o mesmo que o meu, E o canto de todos é o meu próprio canto Obrigada à vida, obrigada à vida”
A música como um todo é belíssima, porém essa passagem é muito marcante. Na letra, há o agradecimento à vida não só pelo riso, mas também pelo choro, pois só através do choro e do riso ela conseguiu verdadeiramente aprender o que é felicidade e sofrimento. Quantas vezes demos “graças à vida” pelo choro que ela nos trouxe?
O segundo exemplo é do poeta mexicano Amado Nervo no seu poema “Em Paz”:
"Perto do meu ocaso, eu te bendigo, ó Vida, porque nunca me deste esperança falida nem trabalhos injustos, nem pena imerecida.
Porque vejo no fim de meu rude caminho que fui eu o arquiteto de meu próprio destino; que se os méis ou o fel eu extraí das coisas foi que nelas pus mel ou biles amargosas: quando plantei roseiras, não colhi senão rosas.
Às minhas louçanias vai suceder o inverno; mas tu não me disseste que maio fosse eterno! Julguei sem fim as longas noites de minhas penas; mas não me prometeste noites boas apenas, e, afinal, tive algumas santamente serenas…
Amei e fui amado, o sol beijou-me a face. Vida, nada me deves! Vida, estamos em paz!"
Essa é a verdadeira gratidão. A gratidão surge quando reconhecemos que não somos vítimas à espera da sorte mudar, mas que somos os arquitetos do nosso próprio destino. Não sentir que nem a vida e nem ninguém nos deve alguma coisa. E após tantos aprendizados na caminhada, sentimos a obrigação de retribuir todo o bem que conquistamos. Por isso, neste momento podemos dizer com o coração leve, um verdadeiro “Obrigado!”.
No vídeo abaixo, através do humor, John Leitão traz mais uma faceta do “Obrigado” e nos mostra como o poder da gratidão pode mudar em poucos instantes o dia de uma pessoa.
E aí já agradeceu hoje?
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