O Poder da Música Clássica

Muitos estudos atuais apontam o poder da música na saúde e no bem-estar dos seres humanos. Não por acaso, a musicoterapia tem sido uma área bastante estudada quando usada na recuperação de pacientes que sofreram lesões ou estão em estado de coma. Ao escutar suas músicas favoritas, o corpo reage positivamente e o trauma físico é amenizado. Outros estudos também apontam que a música é capaz de surtir efeito em outros seres como animais e plantas, o que nos revela um curioso mistério: de que a música pode ser capaz de nos ajudar independente se conseguimos “traduzi-la” ou não.

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Colocando a questão de maneira objetiva, vejamos desse modo: o senso comum aponta que nosso gosto musical é fruto de uma série de relações com nossa psique, mais precisamente com as emoções, sensações e pensamentos que ela nos desperta. Tendo como base essa premissa, é perfeitamente compreensível que a música tenha um efeito poderoso nos seres humanos, nos levando a estados psicológicos de euforia, tristeza e outros tantos, pois somos, em síntese, seres com um alto grau de desenvolvimento nessas áreas. Mas como se justifica efeitos “similares” em plantas, seres que não possuem tais faculdades emocionais e mentais?

Há algumas hipóteses para essa questão. A primeira delas defende que as plantas estejam em um estado de evolução em que aspectos mais sutis como emoções e sensações estão latentes, ou seja, que tais faculdades ainda não foram desenvolvidas, mas que estão adormecidas nesses seres. Uma evidência que sustenta essa forma de pensamento se encontra na doutrina oriental e nos fala do plano de evolução de cada reino. Quando observamos algumas espécies de plantas, percebemos, por exemplo, que, de fato, sua forma de vida é sensível ao toque, o que demonstra um grau (mesmo que mínimo) de reação às sensações. Estas, por sua vez, compõem um aspecto do nosso campo emocional, visto que as diferentes sensações que possuímos nos geram uma percepção positiva ou negativa da realidade.

A nível de exemplo, pensemos no que sentimos quando escutamos uma música muito alta. Em geral, ela nos causa incômodo, uma sensação auditiva negativa. No caso das plantas, ao escutarem certos tipos de música, em determinado volume e distância, elas se desenvolvem mais rápido do que as demais. A explicação inicial está no fato de que alguns gêneros musicais ou melodias podem servir de estimulantes para o desenvolvimento desses seres, mas o assunto ainda é um mistério e precisa de mais estudos para se comprovar efetivamente.

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E quais são os gêneros indicados? Nota-se através do estudo das plantas que o efeito da música não está no que é “cantado”, como costumamos pensar. Nos dias atuais, a música instrumental tem pouco espaço quando comparada às canções que, em geral, dominam nossa vida cotidiana. Porém, para sentir os efeitos da música não é preciso palavras, mas sim da melodia e harmonia correta. Por essa razão, fala-se que a música erudita – popularmente chamada de “música clássica” – é uma excelente ferramenta para entendermos os efeitos da música em nossa vida. Vamos conhecer agora um pouco mais sobre essa forma musical.

Iniciemos pelos maiores compositores da música erudita. Bach e Mozart compuseram suas sinfonias no século XVIII; Chopin, Wagner e Beethoven, no século XIX. Apesar de locais e épocas diferentes, estes compositores, e muitos outros não citados, possuem algo em comum: se eternizaram na história através de suas músicas. Não por acaso, ainda hoje qualquer pessoa que queira aprender a tocar um instrumento musical clássico passará pelas melodias destes grandes artistas, mesmo que seu estilo seja contemporâneo, moderno, jazz etc.

O impacto gerado pela música clássica ao longo da história não se deu apenas pela questão técnica, mas principalmente pelos efeitos que ela gera na psique humana. Basta fazermos a experiência de escutar algumas dessas músicas e refletir sobre o que sentimos. Além de um excelente exercício para nossa sensibilidade artística, os efeitos psicológicos da música se tornam visíveis em nós. Tais efeitos são tão conhecidos quanto antigos, uma vez que o próprio Platão escreveu sobre isso em sua obra “A República”, quando relata a música como elemento fundamental na educação do Ser Humano.

Já percebeu, por exemplo, como às vezes, quando passamos por um período de raiva ou stress, podemos ficar doentes, ou como certas cores nos acalmam e outras nos deixam agitados? Chamamos esses fenômenos de doenças psicossomáticas, pois se manifestam em nossas emoções e pensamentos e apresentam seus efeitos em nosso corpo, gerando doenças ou desconfortos. Mas como isso é possível? Como algo “invisível”, como uma emoção, pode gerar um efeito físico, visível? Esse parece ser um grande mistério, porém, desde a antiguidade se fala sobre esse assunto.

Uma das maneiras de entendermos essa ideia é refletirmos sobre o princípio da vibração. Essa ideia está descrita mais detalhadamente no livro “O Caibalion”, do sábio Hermes Trismegisto. Resumidamente podemos dizer que o princípio da vibração diz que tudo no Universo vibra, ou seja, tudo está em diferentes faixas de frequência e aquilo que chamamos de “invisível” é somente um tipo de matéria que não está vibrando numa faixa perceptível por nós. Talvez essa seja uma ideia difícil de entender em um primeiro momento, mas hoje em dia já se sabe que até a mais rígida das pedras está em constante vibração, pelo menos a nível molecular. Logo, a máxima hermética de que “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra” se mostra real. Por esse motivo, não é somente a matéria que pode nos afetar, mas também as emoções, os pensamentos, as imagens e os próprios sons, pois tudo é vibração.

04 Musica para relaxar como ela melhora nossa mente

No caso da música clássica, o seu padrão vibracional permite a elevação da nossa consciência, ou seja, faz com que nossas emoções e pensamentos se tornem melhores, mais leves e profundos. Por isso costumamos sentir “algo diferente” ao ouvir uma bela sinfonia, nos sentimos mais calmos, inspirados, serenos, às vezes nos emocionamos e até despertamos memórias adormecidas. Entretanto, é preciso atentar ao fato de que nem toda música clássica é capaz de nos levar a estados emocionais positivos, afinal, em várias músicas se busca um estado interior, mais quieto e até mesmo triste. Portanto, sempre que escutarmos um tipo de música – seja clássica ou popular – devemos estar atentos em perceber quais sensações, emoções e sentimentos são despertados em nós a partir daquela melodia. No vídeo abaixo podemos exercitar um pouco dessa ideia. Tentem observar a paz que o maestro trouxe à plateia quando tocou por alguns segundos a melodia de Chopin.

E qual a vantagem de alcançar esse padrão vibratório? A consciência é um elemento móvel dentro do Ser Humano, ela tende a se mover de acordo com o que “ fala mais alto” dentro de nós. Basicamente, todos os nossos dias, temos que nos concentrar, lidar com dificuldades e tomar decisões, e precisamos que a nossa consciência esteja num local mais elevado para agirmos da melhor maneira possível. Por exemplo, quando estamos irritados ou muito tristes, quer dizer que nossa consciência está “baixa”, ou seja, não está num local propício para que tomemos decisões importantes, já que não conseguiremos ver as coisas com clareza. Por outro lado, quanto mais alimentarmos a mente com boas músicas, imagens, conversas, leituras etc., mais nossa consciência permanecerá num estado elevado, facilitando a percepção e compreensão dos elementos à nossa volta.

Isso não quer dizer que precisamos nos preocupar em só escutar música clássica a partir de agora, temos outros padrões vibratórios mais importantes para priorizar: nossos pensamentos, sentimentos e ações. Sentimentos de ódio, atitudes corruptas, pensamentos críticos, tudo isso leva a nossa consciência para um padrão vibracional mais baixo, enquanto que atitudes de boa vontade e cortesia, bem como sentimentos de compaixão, promovem um padrão mais alto. De nada adianta só escutar belas sinfonias se manter com ações e pensamentos tão baixos. Pois é o conjunto do pensar, sentir e agir bem que promoverá nossa elevação de consciência e, consequentemente, nos tornará pessoas melhores.

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