11 Ensinamentos de Buda Para Transformar Sua Vida

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O Budismo, religião milenar fundamentada nos ensinamentos de Sidharta Gautama, o Buda, traz ensinamentos belíssimos, repletos de Sabedoria e profundidade. É impossível se deparar com alguns textos budistas e não se sentir inspirado. A questão é que nem sempre a inspiração é suficiente para que possamos seguir os ensinamentos e aplicá-los em nosso dia a dia.

Só conseguimos aplicar aquilo que entendemos verdadeiramente. Se não faz sentido para mim, eu não vivo. Vejam estes 11 ensinamentos do Buda abaixo:

Todos muito belos, porém quanto deles entendemos de verdade? Estamos prontos para praticá-los? Vamos refletir sobre eles e tentar vivê-los!

1 – O caminho não está no céu, o caminho está no coração

Independente de nossas crenças ou religiões, costumamos achar que a solução, ou salvação, está fora de nós. Está no céu, no fim da vida, sempre algo distante e fora de nosso alcance. Por conta disso, não trabalhamos internamente nossos sentimentos, nossas ações, nossa capacidade de compreender o próximo. Quando Buda fala que o caminho está no coração, ele diz que está dentro de nós, e não fora, a solução para nosso crescimento espiritual, dependendo exclusivamente de como lidamos com a vida.

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2 – Um jarro enche gota a gota

Um jarro enche gota a gota, ou seja, para ser repleto de conteúdo, é necessário paciência, ritmo e tempo. Nossa mentalidade hoje é de querer tudo da forma mais imediata possível. Às vezes tentamos ser mais pacientes, mais bondosos, compreensivos, mas rapidamente desistimos, pois pensamos que vamos nos tornar virtuosos do dia para a noite. Todo conteúdo interno precisa ser preenchido aos poucos, construído e consolidado através do tempo, tijolo por tijolo, gota a gota.

3 – Todo ser humano é o autor da sua própria saúde ou da doença

“O Universo é mental”, “mente sã, corpo são”. Frases de diferentes épocas, mas que carregam um mesmo conceito: tudo surge de nossa mente. Quantas pessoas não sentem desconfortos, incômodos e dores, e voltam dos consultórios médicos com o diagnóstico: “seus exames estão bem, é emocional”. A forma como conduzimos nossa vida, como aprendemos com os erros, como lidamos com os nossos medos, opiniões… Tudo isso influencia no nosso corpo. Se tivermos uma mente viciada em tristezas, dores, morbidez, será que isso não passará para nosso corpo? E se tivermos pensamentos alegres, reaprendendo com a vida o tempo todo, vendo a alegria nas pequenas coisas, será que isso também não se reflete na nossa saúde?

4 – Para compreender tudo é preciso perdoar tudo

O perdão está ligado à nossa capacidade de aprender com o que passa a nossa volta. Quando eu coloco a culpa nos outros, na vida, nas circunstâncias, eu nunca sou responsável pelo que me sucede, então nunca verei os acontecimentos de forma mais profunda, buscando as suas causas, e nunca desenvolverei o senso de responsabilidade pelos meus atos. Quando eu “aceito”, perdoo a pessoa crítica, o engarrafamento, a fila, eu me conecto de forma mais profunda com a vida. Torno-me, assim, responsável pelos meus atos, meus pensamentos, minha conduta, e quando nos tornamos responsáveis pelo que se passa à nossa volta sem culpar os demais, como dizia o orador romano Cícero, “nos tornamos agentes conscientes da história”.

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5 – Melhor do que mil palavras ocas, é uma palavra que traga a paz

Temos muita dificuldade de ficar em silêncio hoje, cada um consigo mesmo e também em grupo. Costumamos ficar desconfortáveis com várias pessoas dentro do elevador, numa fila no supermercado, na sala de espera de um consultório. Já que nem sempre temos algo interessante a compartilhar com a pessoa ao nosso lado para quebrar aquele chato silêncio, o que fazemos então? Falamos sobre qualquer coisa, o acidente na avenida, o roubo no banco, o político corrupto… Sempre tem assunto quando se trata de tragédia. Mas por que escolhemos falar sobre temas tão negativos? Não seria melhor ficar em silêncio, ou apenas desejar um verdadeiro ‘bom dia’ com todo nosso coração? As palavras não influenciam pela quantidade, mas pelos sentimentos por trás delas. É preferível emitirmos uma palavra com Amor ou paz, do que um discurso vazio de sentimentos e cheio de opiniões, tragédia ou ódio.

6 – Não há distinção entre oriente e ocidente; as pessoas criam distinções dentro de suas próprias mentes e depois acreditam nelas como verdade

Segundo Buda, todas as diferenças que se tornaram rótulos de cultura, nacionalidade, raça em nossa sociedade, foram criadas por nós mesmos. Essa distinção não é um processo natural, é fruto da nossa mente e da tendência do pensamento humano em fragmentar tudo, ao invés de unir. O processo de distinção faz com que eu não veja uma relação íntima entre os fenômenos à minha volta, o que facilita levar uma vida mais inconsciente, sem responsabilidade. Quando eu não foco minha atenção no que nos separa, e assumo tudo como ‘Uno’, toda a humanidade portadora de uma mesma essência, passamos a achar que a nossa vida complica. Dessa forma ficamos sem o direito de criticar o outro pela sua cor, pela sua tradição, pelos seus gostos e cultura. Pois de que adianta eu criticar tudo isso se, no fundo, todos nós “Somos Um”? Para Buda, a realidade é a essência única do ser humano, e a ilusão todas as nossas diferenciações.

7 – Aqueles que ficam livres de pensamentos rancorosos certamente encontram a paz

Existe sensação mais inconveniente do que ficar revivendo aquela situação que nos irritou? Aquela humilhação que passamos, uma ofensa que tivemos de engolir? É como um filme rodando infinitas vezes na nossa mente, desde o momento do acordar até o dormir. É impossível ter uma mente tranquila, em paz, que possa se concentrar no momento presente, quando é dominada por pensamentos rancorosos, e o pior, esses tipos de pensamentos se reproduzem e geram outros piores, despertando mais sentimentos de aversão, ódio e vingança. Uma pessoa livre de todo tipo de ressentimento na mente, e por consequência no coração, certamente achará a paz.

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8 – O ódio não cessa pelo ódio em nenhum momento. O ódio cessa com o amor. Essa é uma lei inalterável

Imaginemos a seguinte cena: uma criança comete um ato de violência desnecessário na sua escola. Ao chegar em casa, seus pais atuam com mais violência para mostrar seu erro. Será que a melhor forma de ensinar o erro da criança é repreendendo-a com ainda mais violência? Apesar de moderna, nossa sociedade muitas vezes continua embasada no código de “olho por olho e dente por dente” para fazer justiça. Mas na medida que uma má ação é feita, e eu retorno com mais maldade, eu não estou alimentando o mal da mesma forma? Dessa forma, acabamos gerando uma roda que se movimenta sem sair do lugar, um loop infinito, sempre alimentada pela ideia do mal. Retornar o ódio com mais ódio, o mal com mais mal, o medo com mais medo, alimenta a roda e não a cessa, é preciso de um antídoto, um elemento contrário ao agente causador, o Amor.

9 – Tem que haver o mal para que então o bem possa provar sua pureza acima dele

As tradições filosóficas costumam comentar que a consciência do ser humano se dá por contraste, ou seja, se estivéssemos sempre em contato com algo absoluto não reconheceríamos o seu valor. Na medida que eu lido com o dual, o oposto, eu passo a reconhecer o valor de cada parte. Quando conversamos com alguém que passou por um longo tratamento de saúde, e ele fala: “valorize sua saúde, é o bem mais importante que você tem”, ou quando uma pessoa que recentemente perdeu um ente querido, comenta-nos sobre apreciar os dias ao lado de quem mais amamos, ouvimos discursos de quem na pele sofreu esse contraste e reconheceu o que realmente tem valor. O que Buda quis nos ensinar é que, infelizmente, precisamos passar pela dureza de viver com o mal para passar a desejar e valorizar o bem, se não fosse assim não saberíamos sua real importância.

10 – Assim como tesouros são descobertos a partir da terra, a virtude aparece nas boas ações, e a Sabedoria aparece a partir de uma mente pura e pacífica. Para caminhar com segurança através do labirinto da vida humana, é preciso a luz da Sabedoria e a orientação da virtude

A vida é cheia de desafios, temos de lidar com o medo, a dúvida, a ansiedade, a preocupação, a insegurança, o orgulho, com o nosso tempo, o nosso dinheiro, com a convivência… É uma cachoeira de pensamentos e emoções que, às vezes, não sabemos nem como sentir ou agir, ou às vezes até sabemos o que devemos fazer, mas não sabemos como. É como se faltassem ferramentas, ferramentas humanas, as virtudes. Quantos desafios da nossa vida não seriam resolvidos com Disciplina, Confiança, Vontade, Generosidade, Paciência e Amor? Só as virtudes agem como luz para iluminar nosso percurso pelo labirinto da vida.

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11 – Somos moldados por nossos pensamentos; nós nos tornamos aquilo que pensamos. Quando a mente é pura, a alegria segue como uma sombra que nunca vai embora

Citando mais uma vez a frase “o universo é mental”, somos totalmente moldados por nossos pensamentos. É algo muito simples, e ao mesmo tempo difícil de percebermos. As nossas ações são um comando do que foi programado pela nossa mente. Se tenho uma identificação com a insegurança e me acho ruim em tudo que faço, minhas ações serão moldadas por esses pensamentos, e consequentemente, nada do que faço será bem feito, pois assim é a realidade em minha mente. Se eu acho que sei de tudo, e que todos deveriam sempre aprender comigo, minhas ações vão esbanjar minha vaidade, até mesmo numa conversa simples aparecerá uma forma de me vangloriar. No caso dos bem sucedidos que sempre admiramos, pessoas que conquistaram seus objetivos e realizaram os seus sonhos, como você acha que são os pensamentos delas? De fracasso? De inércia? Claro que não! O tempo todo elas alimentam pensamentos de sucesso, de esforço, de como melhorar a cada dia, como inovar. O que mais buscamos em nossas vidas é a verdadeira Felicidade, e a buscamos incansavelmente em tudo que nos rodeia. Mas como está nossa mente quando procuramos isso? Nossos pensamentos emanam pureza, alegria e leveza? Considerando que a mente é a fonte de tudo, devemos alimentar primeiro dentro, e depois colhermos as ações que são frutos dos nossos pensamentos.

Esses profundos ensinamentos de Buda podem transformar a nossa forma de ver o Mundo, por consequência, a nossa própria vida e também a sociedade. Mas para isso, precisamos colocá-los efetivamente em prática.

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